Explosões em Brasília: autor do atentado planejava desde 2022 'eliminar os ministros do STF', diz ex-companheira à PF

Em depoimento, Daiane Dias disse que Francisco Wanderley veio para Brasília naquele ano para 'observar a movimentação', mas o dissuadiu das 'intenções violentas'. A ex-companheira de Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque à bomba na Praça dos Três Poderes na quarta-feira (13), disse à Polícia Federal que desde 2022 ele “tinha a ideia de eliminar os ministros do STF” e que ele chegou a se hospedou em Brasília naquele ano para “observar a movimentação”. Veja o que se sabe sobre a tentativa de ataque ao STF com explosivos As informações constam do depoimento prestado por Daiane Dias à PF nesta quinta-feira (14), obtido pela TV Globo. Segundo Daiane, Francisco “dizia que queria eliminar qualquer um dos 9 (nove) ministros do STF”. Dissuadido em 22 A ex-companheira de Francisco contou ao pesquisador que ele alugou a quitinete em que morou em Ceilândia durante os últimos meses pela primeira vez em março ou abril de 2022. A casa foi investigada pela polícia nesta quinta e mais artefatos explosivos foram encontrados – uma gaveta no imóvel gerou uma “explosão gravíssima” ao ser aberta por um robô antibombas da Polícia Federal. Casa do homem que detonou explosivos em frente ao STF foi encontrada destruída À época, disse Daiane, ela conseguiu “dissuadir Francisco das violentas violentas” e convencê-lo a voltar para Santa Catarina, onde o casal residia, pedindo que ele pensasse no filho e na própria mãe. Este ano, no entanto, Francisco deixou a casa em Rio do Sul (SC) de maneira “sorrateira” – para a ex-mulher, uma forma dela não conseguir convencê-lo novamente a desistir. INFOGRÁFICO: Quem é autor de atentado contra o STF, como ele agiu e o que se sabe sobre explosões Explosões na Praça dos Três Poderes: os próximos os da investigação 'Não confiava em ninguém' A ex-companheira de Francisco disse não acreditar que haja outras pessoas envolvido no planejamento das ações porque Francisco dizia “que não poderia envolver mais ninguém em seus planos porque não confiava em ninguém” e que ninguém além dela sabia dos “planos violentos de Francisco.” Ela não descartou, no entanto, que “foram três meses em que ele ficou em Brasília tenha feito algum aliado”. Francisco Wanderley Luiz morreu após carro destruído na frente do STF no dia 13 de novembro de 2024 Reprodução Daiane relatou à PF que Francisco se mantinha com parte de aluguéis de imóveis herdados do pai e dinheiro guardado do trabalho como chaveiro e resultante da venda de bens. Em dois momentos diferentes, ela foi questionada pelos pesquisadores sobre os artefatos utilizados por Francisco, e em ambas as respostas negou ter conhecimento de que ele havia adquirido os itens ou mesmo componentes explosivos. Alexandre de Moraes Conforme revelou o blog de Daniela Lima, Daiane já havia dito aqui a agentes da PF, durante o cumprimento de um mandato de busca e apreensão em sua casa nesta quinta, que Francisco “queria matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estava junto na hora” do atentado. (veja abaixo) No depoimento, ela confirmou as falas dadas – até então informalmente – aos agentes. Ex-mulher diz que Francisco Wanderley queria matar Alexandre de Moraes Leia também: Autor do atentado circulou na Câmara horas antes de detonar explosivos, diz deputado Explosões em Brasília: autor do atentado enviou mensagens em 'tom de despedida', diz filho à PF Explosões em Brasília: autor esteve em Brasília há meses e entrou no plenário do STF