Candidato até aqui visto como favorito para a Presidência do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), já recebeu o apoio oficial de três bancadas: PP (7), PSB (4) e PDT (3). Somadas ao partido de Alcolumbre na Casa, o União (7), o parlamentar já conta com o aval de legendas que reúnem 21 senadores. São necessários 41 votos elaborados para vencer a disputa.
Uma liderança do PSD, sigla com mais congressistas, 15 no total, disse ao g1 nesta terça-feira (29) que as conversas estão “adiantadas” para que o partido formalize o apoio. Esse é um movimento natural, pois o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é um grande aliado de Alcolumbre.
O amapaense já foi presidente do Senado, de 2019 a 2021, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem mantinha aliança. Mas desde a transição para a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Alcolumbre se associou ao petista.
Nesta terça, a bancada do PL, que é a segunda maior, com 14 parlamentares, se reuniu com Bolsonaro, no Senado. Nesta quarta (30), os senadores continuarão debatendo se vão avaliar ou não o nome de Davi Alcolumbre.
Bolsonaro declarou que o PL cogita dar apoio ao candidato com objetivo de ganhar participação nas comissões e na Mesa Diretora da Casa. “Sabemos da força do Alcolumbre e ele deve ser o presidente no futuro”, itiu.
Nos bastidores, um parlamentar do PL disse que há uma “grande possibilidade” de o partido aderir à candidatura. Outro senador do PL afirmou haver caminho para “avançar na conversa” sobre o apoio, que visa, de acordo com ele, uma “harmonização entre os Três Poderes”.
Juntos, PSD, PL, União, PP, PSB e PDT, têm 50 votos. Com MDB (10) e PT (9), que são da base do governo, somam 69 votos- numa composição de 81 senadores.
Há três anos, Alcolumbre não pode concorrer à reeleição porque a Constituição só a permite, para presidentes da Câmara e do Senado, na mudança de legislatura, ou seja, quando há eleições gerais. A estratégia do senador foi, então, comandar a comissão mais importante da Casa, a de Constituição e Justiça (CCJ), e escalar seu aliado, Pacheco, para a Presidência do Senado.
O poder do senador do Amapá a pela gestão de recursos que são enviados aos estados por meio de emendas de comissão, por exemplo, que estão temporariamente suspensas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), devido à falta de transparência. Nesta modalidade, o nome do parlamentar que reserva o dinheiro no Orçamento para projetos e obras não é conhecido.
O líder do MDB, de 10 senadores, Eduardo Braga (MDB-AM), afirmou que Alcolumbre é candidato “fortíssimo”, mas que a legenda ainda vai se reunir para decidir o boato que vai tomar.
O PT, com nove senadores hoje, ainda não formalizou a decisão. Apesar disso, Lula já sinalizou aos próximos parlamentares que o PT deverá confirmar o nome de Alcolumbre.
Os seis congressistas do Podemos também conversaram nesta semana sobre a escolha. Mas sem definição.
Os outros partidos, Republicanos (4), Novo (1) e PSDB (1), ainda não fecharam posição.
A bancada feminina, representada por Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Eliziane Gama (PSD-MA), aventou uma alternativa de lançamento de candidatura própria. Assim como o astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que anunciou nesta terça ser candidato.
“Hoje eu estou aqui para me apresentar como candidato à Presidência do Senado Federal. Carrego dentro de mim a enorme responsabilidade de representar os desejos e as preocupações, assim como as esperanças de quase 11 milhões de paulistas que votaram em mim”, discursou.
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