Até o momento, 37 países aderiram à iniciativa lançada pelo Brasil; outras nações ainda estão em processo. Segundo ONU, 733,4 milhões aram fome em 2023 por pelo menos um dia. Plenária de Combate à Fome, Pobreza segundo e Desigualdades no dia do G20 Social Cristina Boeckel / g1 Um das principais apostas da presidência brasileira do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza tinha registrada, até Esta sexta-feira (15), a adesão de 37 países, segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias. Além de países, podem aderir a alianças de organismos multilaterais e instituições. Entre os países que já aderiram, estão Alemanha, Noruega e Paraguai, e, entre as instituições, a Fundação Bill e Melinda Gates. O Brasil comandará o G20 neste ano e, nos próximos dias 18 e 19, sediará no Rio de Janeiro a Cúpula de Líderes do grupo. Ao assumir a presidência rotativa do grupo, em dezembro do ano ado, o Brasil definiu três eixos centrais de discussão: Inclusão social e combate à fome e à pobreza; Transição energética e desenvolvimento sustentável; Reforma da governança global. Com base nos itens prioritários definidos pela presidência brasileira do G20, o governo decidiu articular a criação da aliança contra a fome. Campanha Natal Sem Fome deste ano vai dar prioridade às famílias atingidas por eventos climáticos De acordo com o G20, o cenário global atual mostra “tendências preocupantes”, pois a pobreza extrema tem diminuído “muito lentamente”, e as projeções atuais apontam que 622 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza extrema (US$ 2,15 por dia), o dobro do nível da meta. “Se as tendências atuais se mantiverem, 582 milhões de pessoas viverão com fome em 2030”, afirma. Além disso, o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em julho deste ano mostra que, em todo o planeta, 733,4 milhões aram fome em 2023 por pelo menos um dia. O número corresponde a 1 em cada 11 habitantes no mundo. Conforme esse estudo, em 2023, o planeta retrocedeu 15 anos no combate à fome e à desnutrição – isto é, voltou ao patamar de 2008. O estudo divulgado em outubro deste ano pela ONU mostrou também que 1,1 bilhão de pessoas vivem em situação de pobreza no mundo. Isto quer dizer, de acordo com a organização, que cerca de 30% de todas as crianças do mundo vivem na pobreza e 13,5% de todos os adultos. A fome 'decorre, sobretudo, de escolhas políticas', diz Lula na ONU Planos centrais da aliança Os planos centrais da aliança global contra a fome e a pobreza lançados no G20 são os seguintes: Alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferências de renda e sistemas de proteção social em países de baixa e média baixa renda até 2030; Expandir as merendas escolares de alta qualidade para mais 150 milhões de crianças em países com fome e pobreza infantil endêmica; Iniciativas em saúde materna e de primeira infância terão como objetivo alcançar outros 200 milhões de mulheres e crianças de 0 a 6 anos; Programas de inclusão socioeconômica visam atingir 100 milhões de pessoas adicionais, com foco nas mulheres; O BID e o Banco Mundial, inclusive por meio da AID, oferecem bilhões em financiamento para que os países implementem programas na cesta de políticas da Aliança Global. Funcionamento Segundo o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio, o documento de fundação de aliança foi aprovado por todos os países do G20 e estabelece, entre outros pontos: a aliança global terá sede na FAO, em Roma ( Itália); as atividades da aliança começam em 2025 e vão até 2030. Especialista comenta relatório da ONU sobre a fome Quais medidas a aliança prevê? Nas linhas gerais, a aliança prevê “obter recursos e conhecimentos para a implementação de políticas públicas e tecnologias sociais comprovadamente eficazes para a erradicação da fome e da pobreza no mundo”. Segundo Maurício Lyrio, a aliança prevê que os países deverão adotar algumas medidas e, entre as medidas indicadas por ele como opção, estão: programa de transferência de renda condicionada; adoção de incentivo à merenda escolar; ações para a agricultura familiar; criação de cadastro único (integração entre programas na área social). Ainda de acordo com o secretário do Itamaraty, os países podem participar em diferentes categorias: beneficiários ou financiadores, por exemplo. No caso dos beneficiários, explicou Lyrio, os países têm que se comprometer a adotar ao menos um dos programas sociais listados. Qual a relação com os objetivos da ONU? A ONU distribuiu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem atingidos até 2030. Esses objetivos foram assinados por 193 países que integram a organização internacional e preveem, entre outros pontos: erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável. “Então, uma aliança [proposta pelo Brasil] é feito – eu diria – como uma grande iniciativa internacional, para acelerar o esses dois temas – eliminação da fome e redução da pobreza -, movendo ter resultados ao longo desses anos, mas chegando a 2030 com resultados mais significativos em relação às metas condições”, explicou Maurício Lyrio em entrevista coletiva na semana ada.
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