Áudios de militares radicais sobre trama golpista devem servir para Lula dar recado sobre união no país, avaliam assessores

Lula diz que tentativa de envenená-lo não deu certo Reprodução A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia que os áudios dos radicais militares revelam a disposição para um golpe durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro , com assessores do Palácio do Planalto operando para montar ações golpistas. E, segundo assessores presidenciais, Lula tem de aproveitar esse momento para cumprir a promessa feita durante a campanha de trabalho pela união do país. Os áudios, revelados pelo Fantástico, mostram militares bolsonaristas dispostos a provocar uma intervenção militar para evitar a posse do presidente eleito. Lula, por sinal, já ensaiou o movimento durante o discurso na semana ada ao citar o inquérito do golpe fechado pela Polícia Federal, quando ele disse que as ações dos bolsonaristas deveriam ser um chamado à unificação do país. Exclusivo: Fantástico mostra áudios de militares que tramavam um golpe de Estado Mesmo com o fechamento do relatório citado por Lula, a PF segue as investigações sobre a atuação dos “crianças pretos”, militares das forças especiais, na elaboração e planejamento de uma intervenção militar no país. E principalmente as relações deles com o ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, suspeito de ser o coordenador das ações golpistas. O investigador busca mais esforços para o envolvimento dos militares bolsonaristas com Braga Netto e o ex-presidente Bolsonaro na montagem do plano impresso pelo general Mário Fernandes no Palácio do Planalto definindo as etapas e a necessidade de materiais para adoção das medidas golpistas. Já os aliados de Bolsonaro dentro do Congresso vão seguir instruções pela anistia dos golpistas de 8 de janeiro. Além disso, tentarei também votar temas de interesse da direita, como o fim das soluções de aborto legal no país. O governo federal não vê clima para se votar o projeto neste ano e espera que, no próximo, ele seja arquivado. Acreditamos que, neste momento, o clima é mais favorável ao arquivamento, mas não descartamos uma mudança de ventos na política.