A Ministra Maria Elizabeth Rocha votou contra a redução das penas, que superavam 30 anos e foram decrescentes um pouco mais de três. “Os agravos crimes foram uma verdadeira barbárie”, disse sobre a ação, em 2019. 'Frustrante', diz futuro presidente do STM sobre redução na pena de militares no caso Evaldo Rosa Ministro e futuro presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha definiu como “frustrante” a redução nas penas dos militares que fuzilaram com 257 tiros e mataram dois homens no Rio de Janeiro, em 2019. A fala foi feita em entrevista no Estúdio I, da GloboNews. “Realmente, foi um pouco frustrante ver o aumento das penas na medida em que os agravos cometidos foram uma verdadeira barbárie”, afirmou. Segundo ela, não é possível explicar como se considera um homicídio sem intenção de matar em um caso com quase 300 disparos. O ministro afirmou que a sociedade brasileira está “adoecida pela violência urbana” e as operações militares colocam o Exército para atuar de forma “equivocada”. “Os exércitos não estão preparados para lidar com a criminalidade urbana, com a população civil. Isso é um papel das polícias militares. Então, o Exército trabalha com a letalidade e foi lastimavelmente o que nós nos demos contamos ontem no julgamento”, disse a ministro. A ministra, que assumirá o tribunal em março de 2025, atualmente “lamentável que o Brasil tenha chegado a esse ponto de entender que a criminalidade tem que ser tratada com o extermínio e com a morte, e não com julgamentos e políticas públicas de reinclusão ou de educação social”. Carro é fuzilado pelo Exército no Rio, causando a morte do músico Evaldo Rosa, de 51 anos Reuters/Fabio Texeira Questionada sobre os militares investigados e indiciados por participarem de uma tentativa de golpe de estado para impedir que o presidente Lula assumisse o poder em 2023 , um ministro afirmou que a instituição militar “continua impermeável ao golpismo”. “A instituição militar continua impermeável aos golpismos e batendo continências ao legalismo. Os militares sempre foram legalistas, isso é um fato”, disse. “Nós temos que separar instituições e pessoas porque, dentro das instituições existem, sim, pessoas que claudicam”. Relembre o caso Na noite de quarta-feira (18), o tribunal conseguiu as penas de oito militares do Exército condenados pelas mortes do músico Evaldo Rosa e do catador de latinos Luciano Macedo, em abril daquele ano. A ministra Maria Elizabeth foi foto vencida na decisão. Dois dos militares foram condenados a 3 anos e seis meses de detenção. Outros seis militares, a três anos de detenção. Antes, as punições eram superiores ou se aproximavam dos 30 anos de prisão. Todos vão cumprir a pena em regime aberto. Não cabe mais recurso de decisão à Justiça Militar, já que o STM é a última instância. Contudo, ainda é possível questionar a constitucionalidade da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF).
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