Relatório da PF que detalha ações criminosas para promover um golpe de Estado no país foi tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes e enviado à PGR nesta terça. Oposição crítica relatório sobre golpe e defesa anistia O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, defendeu nesta terça-feira (26) em plenário que o país aprove uma “anistia ampla, geral e irrestrita”. Flávio compareceu à tribuna do plenário pouco após a divulgação das conclusões do inquérito da Polícia Federal que apurou a elaboração de um golpe de Estado por Jair Bolsonaro e aliados para tentar impedir a posse do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022. O relatório, tornado público pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nesta terça, cita Jair Bolsonaro 643 vezes. INQUÉRITO DO GOLPE: veja as principais revelações “Essa perseguição contra Bolsonaro e contra a direita não começou em 2022, em 2023 ou em 2024, começou muito antes”, disse o senador. “Mas, para ser breve aqui, o único caminho para alguma normalidade e para algum reequilíbrio alguma normalidade e um algum reequilíbrio entre os Poderes é uma anistia que tem que ser ampla, geral e irrestrita – estou cada vez mais condenado disso –, que incluindo , inclusive, o ministro Alexandre de Moraes”, prosseguiu Flávio. A defesa de um perdão a condenações de golpistas que invadiram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 se tornou uma das principais pautas da atual oposição ao governo Lula no Congresso. Nesta terça, com a derrubada do sigilo, o tema voltou a dominar os discursos de parlamentares. O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), foi um dos que fez a defesa da anistia aos vândalos golpistas. Ele argumentou que a medida poderia “desarmar espíritos”. “Ao defendermos a anistia, não fazemos porque queremos anistiar crimes, defendemos que aqueles que depredaram sejam punidos. Nós queremos desarmar os espíritos, a volta da normalidade democrática, queremos que a Constituição seja cumprida, queremos que o escudo que nos proteja, que é a lei , possa voltar a vigorar neste país”, disse Marinho. Do lado oposto, o líder interino do governo no Senado, Otto Alencar (PSD-BA), avaliou que não há “absolutamente nenhuma chance” de o perdão avançar na Casa. Ele também defendeu que as instruções da PF não devem ser utilizadas para reaceder a análise de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que barra integrantes da ativa das Forças Armadas na política, como “retaliação” aos militares. A PEC já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em 2023, mas está paralisada no plenário do Senado há um ano. “Anistia não tem absolutamente nenhuma chance de ar no Senado, já não tinha antes. Tampouco vamos entrar reativando a PEC que ordenava que os militares não pudessem participar de cargas de governo, que foi apresentado lá atrás. Ao meu ver, eu não concordo com isso , que seja colocado agora que houve esse problema, como se fosse uma vingança contra as forças militares, que eu respeito muito, Marinha, Exército, Aeronáutica Não vamos levá-la à análise agora absolutamente”, afirmou Otto Alencar à TV Globo. Na Câmara, a anistia também foi alvo de debate. Na Casa, um projeto estava pronto para ser votado na CCJ, com tendência de aprovação. Mas o presidente Arthur Lira (PP-AL) decidiu “atrasar” a análise e encaminhar o texto a uma comissão especial, que ainda não foi instalada. Vice-líder do governo na Câmara, a deputada Ana Paula Lima (PT-SC) rechaçou o retorno da proposta à pauta de discussão dos deputados. “O golpe foi armado. Chegou no dia 8 de janeiro aquela baderna que fez aqui na Câmara, no Palácio do Planalto, aqui no STF. Quebraram tudo! Esses baderneiros querem anistia? Não ao PL! Não aos traidores da Constituição! Não aos traidores da Pátria”, escreveu a deputada em uma rede social.
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