Em mensagem resultou a oração, o religioso pede que 'todos os brasileiros, católicos e evangélicos' incluindo os nomes do Ministro da Defesa e de outros 16 generais quatro estrelas nas preces. O padre católico José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, na Grande São Paulo, um dos 37 indiciados pela Polícia Federal (PF), criou e especializou por meio do WhatsApp uma “oração ao golpe”. O texto foi enviado em 3 de novembro de 2022, logo após as eleições presidenciais, segundo o relatório da PF. De acordo com o relatório, na mensagem com a oração, o religioso pede que “todos os brasileiros, católicos e evangélicos” incluindo os nomes do Ministro da Defesa e de outros 16 generais quatro estrelas. A mensagem contém o trecho: “pedindo para que Deus lhes dê a coragem de salvar o Brasil, ajudem a vencer a covardia e os estimule a agir com consciência histórica e não apenas como funcionários públicos de farda (…)”. Relatório da PF mostra 'oração do golpe' criada por padre de Osasco Reprodução/PF A PF afirma que a mensagem com a oração, enviada para um contato chamado Frei Gilson, demonstra que José Eduardo, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro ( PL) nas urnas, “já disseminava a ideia de um golpe de Estado apoiado pelas Forças Armadas, para manter o então presidente no poder e impedir uma posse do governo eleito”. O padre ainda envia uma mensagem a Frei Gilson, pedindo que envie uma oração para “pessoas de estrita confiança”. Segundo a PF, isso é evidente que o padre sabia da “ilicitude do conteúdo”. Envolvimento do padre Padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, na Grande São Paulo. Reprodução/Redes Sociais José Eduardo é citado como membro do núcleo jurídico do esquema. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, o núcleo assessorou os membros do suposto plano de golpe de estado na elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas. De acordo com a Polícia Federal, o padre realizou uma reunião no dia 19 de novembro de 2022, com Filipe Martins e Amauri Feres Saad – outros dois indiciados- como indicar os controles de entrada e saída do Palácio do Planalto. O encontro, segundo o inquérito da PF, fez parte de uma série de discussões convocadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para “tratativas com militares de alta patente sobre a instalação de um regime de exceção constitucional”. Filipe Martins foi ex-assessor especial de Bolsonaro e foi preso pela PF em fevereiro. Durante a operação em fevereiro, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva foi informado pela PF que terá que cumprir medidas cautelares para não ser preso. O religioso é conhecido nas redes sociais por gravar vídeos no Youtube discutindo guerra cultural, aborto e a influência ruim das músicas e divas pop na vida de crianças e adolescentes.
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