O governo do Catar anunciou a suspensão de seu papel como mediador nas negociações de paz entre Israel e Hamas, citando a falta de disposição das partes em encerrar o conflito em Gaza. Na declaração oficial, Majed Al Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Qatar, afirmou que o país informou as partes há cerca de dez dias que interromperia seus esforços caso não visse sinais de comprometimento real. O Qatar declarou que a decisão é reversível e retomará a mediação “quando as partes mostrarem a sua disposição e seriedade para encerrar a guerra brutal e o sofrimento contínuo dos civis”.
A decisão de Doha vem após um pedido dos Estados Unidos para que o Catar feche o escritório do Hamas em seu território, apontando que a recusa do grupo em liberar reféns e aceitar propostas de cessar-fogo torna a presença do Hamas em Doha insustentável. “Os líderes do Hamas não deveriam mais ser bem-vindos nas capitais de qualquer parceiro dos Estados Unidos”, afirmou um alto funcionário da istração Biden. Apesar da pressão americana, o Catar insiste que a suspensão da mediação foi motivada por frustração própria, e não como resultado de interferência externa.
Em resposta aos rumores sobre um possível fechamento do escritório do Hamas em Doha, Al Ansari classificou as reportagens como “imprecisas” e destacou que o escritório tem servido como canal de comunicação essencial entre as partes, o que possibilitou avanços anteriores nas negociações, incluindo um acordo de liberação de referências no ano ado. No entanto, Al Ansari não negou que a situação do Hamas em Doha possa estar sujeita a mudanças, especialmente se a mediação seguir paralisada.
Enquanto isso, o conflito entre Israel e o Hamas se intensificou, com múltiplos ataques aéreos em Gaza que causaram diversas mortes, incluindo civis, segundas autoridades médicas palestinas. Além disso, à medida que as Forças Armadas de Israel ampliam suas operações no sul de Beirute, envolvem infraestruturas associadas ao Hezbollah, aumentando o risco de que o conflito se expanda para o Líbano. Em Gaza, Israel anunciou a primeira entrega de ajuda humanitária ao norte da região devastada, após semanas de bloqueio, mas a situação continua crítica.
A suspensão da mediação pelo Qatar marca uma reviravolta nos esforços diplomáticos, uma vez que Doha, nos últimos anos, desempenhou papel crucial nas trocas de árbitros e cessar-fogos temporários. Caso as partes demonstrem renovar o interesse na paz, o Catar declarou que está pronto para retomar seu papel de mediador e trabalhar pela resolução do conflito e pela mitigação da crise humanitária que assola Gaza.
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