Centenas de venezuelanos se reuniram na manhã deste sábado (4), na Praça de Maio, em Buenos Aires, para apoiar o líder oposicionista Edmundo González Urrutia, que será recebido na Casa Rosada pelo presidente da Argentina, Javier Milei.
Mesmo assim, González Urrutia, que está exilado em Espanha desde setembro, insiste em assumir a carga por entender que venceu as eleições realizadas na Venezuela em 28 de julho.
Os resultados das eleições divulgadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que concedeu a vitória a Maduro, foram questionados pela principal coalizão antichavista, pela Plataforma Unitária Democrática (PUD), e por grande parte da comunidade internacional.
Venezuelanos tomam a Praça de Maio
A emblemática Praça de Maio, em Buenos Aires, ficou repleta de bandeiras venezuelanas e centenas de pessoas dedicadas à luta contra a oposição com bonés, cartazes e camisetas tingidas com os núcleos de seu país.
A manifestação começou ainda na madrugada e espera-se que o movimento aumente até o meio-dia (horário de Brasília), quando González Urrutia deverá aparecer na sacada da Casa Rosada acompanhada por Milei.
Os manifestantes denunciam o regime ditatorial de Maduro, que até o momento não forneceu os dados eleitorais detalhados das eleições de julho e, apesar disso, pretendem iniciar um novo mandato em 10 de janeiro com o apoio da Força Armada Nacional Bolivariana.
Argentina, uma primeira parada
A Argentina é a primeira parada de uma viagem internacional que também trouxe o líder oposicionista ao Uruguai, Panamá e República Dominicana até 10 de janeiro, um dado importante para o futuro da Venezuela.
“A Argentina é o primeiro país que González Urrutia visitou na América Latina em sua viagem internacional antes de 10 de janeiro. Não é coincidente: a Argentina tem demonstrado seu compromisso com a liberdade, a democracia e os direitos humanos”, declarou, Elisa Trotta , secretária-geral do Fórum Argentino de Defesa da Democracia à Agência EFE.
O governo de Milei foi um dos primeiros a considerar González Urrutia o vencedor das eleições de julho, em agosto do ano ado, e chegou a descrevê-lo publicamente como “presidente eleito”.
A visita do líder oposicionista venezuelano à Argentina ocorre em meio à crescente tensão entre os governos de Milei e Maduro que tem como uma das causas, a prisão do militar argentino Nahuel Gallo na Venezuela em 8 de dezembro.
A Argentina apresentou uma denúncia ao Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre a prisão do militar, enquanto a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) introduziu medidas cautelares, considerando que Gallo “está em uma situação grave e urgente, pois seus direitos à vida e à integridade pessoal correm o risco de sofrer danos irreparáveis na Venezuela”.
Há cerca de 200.000 venezuelanos vivendo na Argentina, dos quais apenas 2.600 eram elegíveis para participar das eleições de julho do ano ado – 94% dos quais votaram em González Urrutia.
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