Com novos secretários, Trump mira combate às políticas acordou

Em seu novo mandato como presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump terá a oportunidade de combater algo que ele vinha criticando muito nos últimos anos: as políticas acordaram que dominaram a istração democrática do presidente em fim de mandato, Joe Biden, especialmente aquelas externas para as iniciativas de “diversidade, equidade e inclusão” – as políticas “DEI”.

Com o controle do Congresso nas mãos do Partido Republicano em 2025, o presidente eleito se sentiu mais confortável ao nomear uma equipe de secretários comprometidos com sua causa, que inclui também este combate direto contra agendas da esquerda progressista que estão em curso no governo federal.

“O presidente Trump foi muito claro sobre acabar com a besteira ‘acordou’ de DEI que está infectando este país, e o povo americano votou massivamente [nele] para fazer exatamente isso”, afirmou seu porta-voz, Steven Cheung, que integrará o novo governo.

Entre as escolhas de Trump para o alto escalonamento do governo americano estão Pete Hegseth, ex-apresentador da Fox News e do Exército dos EUA, para o cargo de secretário de Defesa, e Brendan Carr, nomeado para a presidência da Comissão Federal de Comunicações (FCC, sigla em inglês).

A nomeação de Hegseth para o cargo de secretário de Defesa foi um dos movimentos mais claros do presidente eleito para desmantelar as políticas de diversidade no setor militar. Hegseth é um forte crítico das políticas DEI inovadoras pelo governo Biden no Pentágono. O ex-apresentador e veterano já escreveu um livro onde criticou a atual liderança militar por “enfraquecer a prontidão” das Forças Armadas ao priorizar questões de “diversidade e equidade” em vez de focar na preparação e treinamento militar.

Hegseth também sugeriu a missão de altos oficiais do Exército americano, acusando-os de estarem “acordados”.

Por sua vez, Carr, que já atua como o principal republicano na FCC, agência equivalente à Anatel, afirmou que, durante seu comando, pretende eliminar todas as iniciativas relacionadas às políticas do DEI, criticadas por ele como parte da ideologia acordada.

Carregue nas redes sociais detalhes do orçamento proposto pela FCC para 2025, que colocava a DEI como uma das principais prioridades estratégicas. Ele garantiu que essas políticas serão encerradas no próximo ano.

Além de Hegseth e Carr, o próximo governo contará também com o ex-democrata Tulsi Gabbard, que chefiará a pasta de Inteligência Nacional, e o bilionário Elon Musk, que liderará, junto ao empresário Vivek Ramaswamy, o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), que vai ser responsável por trabalhar na redução dos gastos federais. Todos os três também são críticos das políticas da DEI e prometeram atuar para combatê-las.

O ex-congressista e apresentador da Fox News Sean Duffy foi outro crítico das políticas DEI selecionadas por Trump para integrar o novo governo. Duffy vai chefiar o Departamento de Transportes e o presidente eleito já prometeu que ele “acabará com o DEI para pilotos e controladores de tráfego aéreo” para fazer os céus dos EUA “seguros novamente”.

Junta-se a todos os citados a escolha de Stephen Miller, conselheiro de longa data de Trump, como o novo arquiteto principal de políticas para este mandato. Miller traz um histórico de processos contra empresas que foram propostas em suas políticas como a DEI.

Durante seu primeiro mandato, Trump já havia implementado ações contra as políticas de “diversidade racial e de gênero” no governo federal. O republicano considera as políticas DEI, que promovem tais temas, como algo que serve apenas para dividir a sociedade americana. Enquanto estava na Casa Branca, Trump chegou a criar um canal para que funcionários realizassem denúncias contra aqueles que promoviam este tipo de política dentro de sua istração, o que gerou reações de apoio por parte de seus eleitores e de críticas por aqueles que defendem as políticas progressistas.

De volta ao Salão Oval, Trump busca expandir essas ações. Além da nomeação de nomes críticos às políticas da DEI, o presidente eleito também pretende usar uma caneta presidencial para emitir ordens executivas que reverteriam todas as ações tomadas por Biden, que, em seus primeiros dias de governo, assinou uma série de normas estabelecendo a promoção de “equidade e justiça racial” em todos os pilares do governo americano. Biden, por exemplo, determinou que todas as agências federais deveriam “cultivar um ambiente de trabalho que refletisse a diversidade da população americana”.

Trump também já sinalizou que cortará significativamente os investimentos públicos em programas que promovem políticas acordadas, com o objetivo de garantir que os contratos federais, regras de agências e outros aspectos da istração não sejam usados ​​para “distribuir vantagens” com base na raça ou gênero. Uma das suas principais metas será eliminada o que considera ser uma “agenda de esquerda” que, segundo ele, tem marginalizado os valores conservadores e comprometido a unidade nacional.

O Departamento de Educação, que foi alvo de críticas dos conservadores americanos por promover diversas políticas da esquerda progressista no sistema de ensino dos EUA, também está no radar do novo governo. Durante a campanha, Trump chegou a flertar com a possibilidade de desmantelar o Departamento de Educação, mas acabou nomeando para o cargo de chefe da pasta a empresária Linda Mcmahon, que possui sua confiança. O presidente eleito já afirmou, no entanto, que pretende cortar o financiamento do Departamento para escolas que promovam ideologias acordadas.

Além de reverter as políticas acordadas no serviço público, Trump também se prepara para revisar os gastos federais em setores privados que promovem os programas DEI. O presidente pode conseguir fazer esse filtro por meio do Doge, que terá a missão de encerrar o desperdício de dinheiro público. Musk, por exemplo, já se manifestou contra a regulamentação de políticas DEI dentro das empresas privadas americanas, considerando que essas práticas geram outros tipos de discriminação.

“DEI deve morrer”, escreveu Musk em um post no X em dezembro do ano ado. “O objetivo era acabar com a discriminação, não substituir-la por outro tipo de discriminação”, disse o CEO da Tesla.

“Diversidade, Equidade e Inclusão” são palavras de propaganda para racismo, sexismo e outros -ismos. Isso é tão moralmente errado quanto qualquer outro racismo ou sexismo. Mudar a classe alvo não torna isso certo!”, acrescentou o empresário.