O deputado Alexey Zhuravlev, aliado do regime de Moscou e vice-presidente do Comitê de Defesa da Duma, a câmara baixa do Parlamento da Rússia, sugeriu nesta quinta-feira (21) que o ditador Vladimir Putin envie mísseis de médio e curto alcance para Cuba e Venezuela. A proposta seria uma resposta do Kremlin ao uso de mísseis de longo alcance por parte da Ucrânia, autorizados pelos Estados Unidos, França e Reino Unido.
Zhuravlev afirmou que o envio desses mísseis para as ditaduras latino-americanas mencionadas seria uma resposta “adequada” ao recente uso dos mísseis britânicos Storm Shadow pela Ucrânia, que atingiram regiões no território russo.
“Nossa resposta já está em andamento e com bastante sucesso. Estamos avançando e continuamos até que eles entendam que a Ucrânia deve simplesmente se render. A resposta pode ser a seguinte: o fornecimento de mísseis de médio e curto alcance para a Venezuela e Cuba”, declarou o parlamentar em entrevista ao portal russo NOTÍCIAS.
Zhuravlev também destacou que, assim como os Estados Unidos fornecem sistemas de defesa antiaérea para aliados europeus, a Rússia deveria tomar medidas semelhantes com seus parceiros na América Latina.
“O mesmo precisa ser feito, como entregar sistemas de defesa aérea à Venezuela e Cuba, com capacidade de realizar ataques ao território dos Estados Unidos. Esta seria uma resposta correta e proporcional”, acrescentou.
As ditaduras de Cuba e Venezuela estreitaram nos últimos anos seus laços com o Kremlin, e, de acordo com o deputado, poderiam ser usadas como bases estratégicas para desestabilizar a segurança dos EUA.
Não é a primeira vez que Zhuravlev emite comentários nesse sentido. Desde a invasão russa à Ucrânia ele vem demonstrando que o Kremlin envia armas para os regimes de Caracas e Havana, no entanto, suas falas são ignoradas pela ditadura de Putin. Zhuravlev está na lista de deputados da Duma que foram sancionados pela União Europeia (UE) e pelo Reino Unido, por terem apoiado e votado a favor das ações russas na Ucrânia.
Nos últimos dias, a Rússia classificou o uso de armas de longo alcance pelo exército ucraniano como uma “provocação” grave, afirmando que tal ação aproxima os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de um conflito direto com Moscou. Além disso, o Kremlin acusou os Estados Unidos de promoverem uma escalada da guerra ao autorizarem que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, utilize armamentos americanos contra alvos em território russo.
Nesta quinta, em resposta às autorizações do Ocidente, Putin confirmou o uso de um novo míssil balístico hipersônico de médio alcance chamado Oreshnik contra uma instalação militar ucraniana.
“Em resposta ao uso de armas de longo alcance americanas e britânicas, nossas Forças Armadas realizaram um ataque combinado contra uma das instalações do complexo industrial militar ucraniano”, afirmou Putin em uma mensagem à nação transmitida pela TV estatal.
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