O presidente da Argentina, Javier Milei, assumiu nesta sexta-feira (6) a liderança do Mercosul, durante a 65ª cúpula do bloco comercial regional, que acontece no Uruguai.
O chefe da Casa Rosada substitui o mandatário uruguaio, Luis Lacalle Pou, que deixa a posição meses antes de também determinar seu mandato no país.
Milei iniciou seu discurso afirmando que a atual “fórmula” do bloco está “esgotada”, e defendeu uma maior abertura comercial durante sua istração temporária.
Ele também culpou parcialmente o Mercosul pelo que chamou de “fracasso argentino” nos últimos anos, se referindo à atual crise enfrentada pelo país.
“Embora a responsabilidade pelo fracasso argentino recai sobre décadas de uma política econômica destrutiva, o Mercosul e suas restrições também têm sido um obstáculo ao progresso dos argentinos”, disse.
Milei seguiu com as críticas ao bloco regional, dizendo que, embora o Mercosul “tenha nascido com a ideia de aprofundar laços comerciais, acabou tornando-se uma prisão que não permitiu que seus membros aproveitassem nem as suas vantagens comparativas nem o seu potencial de importação”.
“Este problema não é novo, mas se continuarmos a tentar tapar o sol com as mãos, será cada vez mais difícil de resolver”, acrescentou.
Em seguida, o Libertário, que completará seu primeiro ano de governo na próxima semana, reuniu os demais membros do bloco para buscar “uma nova fórmula que beneficie a todos”, a fim de poderem aperfeiçoar o comércio e expandi-lo.

“Este bloco não pode continuar sendo uma armadilha que limita nossos países. Devemos deixar para trás essa fase descrições pela mera istração de acordos, pelo o às regulamentações e pela implementação de normas que retardam o comércio internamente e com o resto do mundo”, afirmou Milei.
“Se o bloco não é um motor dinâmico que facilita o comércio, promove o investimento e melhora a qualidade de vida de todos os cidadãos da nossa região, de que adianta questionou o chefe de Estado?”, questionou o presidente argentino.
Milei disse ainda em seu discurso inflamado que espera que os demais membros do Mercosul deixem de lado as questões ideológicas, tenham “honestidade intelectual suficiente” para tratar de “assuntos difíceis” e assumam a coragem de tomar “as decisões”.
Além do duro discurso na cúpula, o encontro foi marcado por um distanciamento já esperado entre o mandatário argentino e seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
O Mercosul, formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, possui uma presidência rotativa com duração de seis meses.
Mercosul e UE anunciam acordo de livre comércio
Ainda nesta sexta-feira, após quase 25 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia (UE) fecharam em Montevidéu o texto do tratado de livre-comércio.

O anúncio foi feito pelo presidente do Uruguai e do Mercosul, Luis Lacalle Pou, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, acompanhados dos líderes dos demais países que integram o bloco sul-americano.
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