O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, encerrou nesta terça-feira (10) o primeiro dia de depoimento em seu julgamento por corrupção com um longo discurso contra a imprensa do país, a qual ele acusou de ser “tendencioso, unidirecional e pouco profissional”.
“A distância entre a imprensa e qualquer tipo de ética é um abismo”, declarou o premiê, que é acusado, entre outras coisas, de fazer favores a executivos dos veículos de comunicação para receber cobertura favorável.
O primeiro-ministro israelense prestou depoimento pela primeira vez no julgamento de corrupção que se arrasta desde 2020, acusado em três casos separados de fraude fiscal, suborno e quebra de confiança.
Durante a audiência, manifestantes a favor e contra o primeiro-ministro se reuniram do lado de fora do tribunal em Tel Aviv, embora, ao final do depoimento, todos já precisaram ido embora.
Netanyahu pareceu confiante durante o depoimento e chegou a pedir à justiça do caso que o deixou falar mais para se defender das discussões sobre suas tentativas de influência na imprensa.
Em relação aos presentes luxuosos, como charutos e champanhe, que ele completou recebido de Arnon Milchan, um empresário israelense, entre 2007 e 2016 em troca de favores relacionados a interesses comerciais e concessão de vistos, Netanyahu que “odiou o champanhe”, e não consegui bebê-lo.
“Às vezes eu me sento com um charuto, mas não posso fumar tudo de uma vez porque faço isso entre as reuniões”, declarou em relação aos charutos.
A defesa de Netanyahu solicita repetidamente, mas sem sucesso, uma redução nas três audiências semanais de seis horas que ele terá que comparecer nas próximas semanas, em meio a uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza e com uma trégua temporária com o Hezbollah no Líbano, que está por um fio.
O julgamento de Netanyahu é um marco na história de Israel, pois é a primeira vez que uma estreia em exercício se coloca como réu em um julgamento criminal. Nos casos anteriores, seus antecessores renunciaram à carga antes de enfrentarem uma acusação. Enquanto a oposição exige sua renúncia, seus aliados políticos se recusam a abandoná-lo.
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