A crise que assola Cuba provocou um aumento significativo nas manifestações contra o regime comunista liderado pelo ditador Miguel Díaz-Canel, segundo a organização Observatório Cubano de Conflitos (OCC). De acordo com um relatório da ONG, em 2024, foram documentados 8.443 protestos na ilha, um crescimento de 46% em relação ao ano anterior.
O que está por trás do aumento das manifestações?
O aumento das manifestações em Cuba é um reflexo direto da flexibilidade das condições de vida na ilha. Eles evidenciaram o crescente descontentamento da população diante de problemas que afetam diariamente o território cubano, como falta de alimentos, pagamentos prolongados e a repressão estatal.
“O aumento não é casual. Estes 12 meses têm servido para que os cubanos se convençam de que são reféns de uma elite de poder egoísta, ineficiente, soberba e sem piedade”, afirmou o OCC em comunicado enviado ao portal cubano independente Martí Notícias. A entidade destacou que os números de 2024 superam amplamente os 5.749 protestos registrados em 2023.
Em dezembro, último mês do ano, o OCC contabilizou 760 protestos, sendo muitos motivados pelos cortes de energia elétrica, que chegaram a durar até 24 horas em algumas regiões. O colapso do sistema elétrico durante o ano ado foi uma das piores já registradas, com o segundo maior déficit de geração de energia no ano. Uma população, desesperada, também protestou contra a precariedade de outros serviços essenciais, como fornecimento de água, transporte público, o à internet e até serviços funerários.
Represálias contra a sociedade civil
Além da crise dos serviços básicos, a repressão contra opositores e ativistas permanece intensa. A ONG denunciou perseguições a presos políticos, jornalistas independentes, pequenos empresários e cidadãos que criticavam o regime nas redes sociais. O Observatório Cubano de Direitos Humanos relatou que mais de 1.000 pessoas seguem encarceradas por razões políticas na ilha, exigindo a libertação imediata dessas vítimas.
Cuba em colapso
Segundo os opositores, a grave crise econômica, política e social que domina Cuba é fruto das ações diretas do regime comunista que controla o território. Para os opositores, o aumento dos protestos em 2024 representa uma ruptura cada vez mais visível entre o regime de Díaz-Canel e o povo cubano.
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