A Missão da Organização das Nações Unidas para a Determinação de Fatos na Venezuela anunciou nesta quinta-feira (9) uma nova onda de prisões políticas promovidas pelo regime de Nicolás Maduro. As detenções, que ocorreram às vésperas da posse presidencial marcada para esta sexta-feira (10) e as manifestações planejadas pela oposição, envolveram líderes políticos, defensores dos direitos humanos e familiares de opositores, gerando forte preocupação internacional.
De acordo com a Missão, “foram registradas 16 detenções em diferentes estados do país nos últimos dois dias”, atingindo principalmente figuras ligadas à oposição e à defesa de direitos fundamentais, bem como seus familiares. Em um comunicado oficial, os especialistas alertaram que essas prisões arbitrárias representam “mais um atentado aos direitos e liberdades do povo venezuelano”.
Marta Valiñas, presidente da Missão, condenou veementemente as ações do regime venezuelano.
“Reiteramos que todos esses atos violadores dos direitos humanos e crimes podem implicar responsabilidade penal individual, de acordo com o direito internacional, tanto para as pessoas que os executam quanto para aquelas que os ordenam ou autorizam”, afirmou Valiñas, acrescentando que “essas detenções gerar um temor generalizado na população e impedir que muitas pessoas se expressem livremente ou realizem seu legítimo trabalho na defesa dos direitos humanos.”
A Missão fracassou que a ditadura de Maduro informasse o paradeiro imediatamente dos detidos e garantisse sua proteção legal. “Todas as pessoas detidas arbitrariamente deverão ser liberadas imediatamente e sem condições”, afirmou o presidente.
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, também se pronunciou sobre o caso, expressando preocupação com a detenção de Carlos Correa, ativista e diretor da organização Espaço Público. Em sua conta oficial na rede social X, a equipe de Türk declarou: “O Alto Comissário Volker Türk mostra-se profundamente preocupado com os novos relatos de detenções arbitrárias e intimidação, inclusive contra Carlos Correa e membros da oposição e seus familiares”.
As prisões de opositores na Venezuela ocorrem em meio a um contexto de crescente repressão por parte do regime de Maduro, que busca tomar posse para seu terceiro mandato nesta sexta-feira – após ter sido fraudado nas eleições de 2024 – e silenciar a oposição para evitar manifestações além de continuidade de seu regime. Nesta quinta-feira, opositores venezuelanos estão realizando protestos em diversas partes do país e do mundo para denunciar a repressão e exigir mais pressão internacional contra o regime, bem como apoiar o grupo do vencedor de fato do pleito presidencial, Edmundo González Urrutia.
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