O governo da Colômbia, do esquerdista Gustavo Petro, reafirmou que manterá relações diplomáticas com a Venezuela, apesar de não endossar os resultados oficiais que deliberarão o ditador Nicolás Maduro o vencedor das eleições de 28 de julho do ano ado.
“Devido ao estreito relacionamento econômico, comercial, social, cultural, humanitário e de segurança que afeta os cidadãos de ambos os países, a Colômbia decidiu responsavelmente manter relações bilaterais com a Venezuela, o que não significa um endosso dos resultados das eleições”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo, em comunicado nesta quinta-feira (9).
O ministro justificou que “essas não foram eleições livres”, pois o processo “não ofereceu garantias” e os resultados nunca foram publicados, conforme exigido pelo governo colombiano para considerar a vitória de Maduro.
“Sem atas (de votação) públicas e transparentes, a Colômbia não permite os resultados eleitorais na Venezuela”, enfatizou Murillo.
No entanto, o ministro das Relações Exteriores comentou que “a Colômbia promove uma diplomacia responsável e estratégica, com o objetivo de construir relações que sejam sustentáveis ao longo do tempo e que atendam aos interesses nacionais”.
Por essa razão, o governo acredita que fecha a fronteira e rompe relações com a Venezuela, como aconteceu no ado e como foi exigido por diferentes setores, “não tem utilidade”.
“É fácil romper relações e fechar fronteiras. A coisa responsável a fazer é considerar o impacto de longo prazo sobre as pessoas e realmente buscar soluções para os problemas subjacentes”, insistiu o governo Petro.
Murillo disse ainda que o regime venezuelano deve respeitar os direitos da oposição e expressou sua “profunda preocupação e inclusão às crescentes e graves denúncias de violação dos direitos humanos”.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, confirmou que não compareceu à posse de Maduro nesta sexta-feira (10) e afirmou que as eleições não foram livres por vários motivos, razão pela qual seu país não pode reconhecê-las.
Apesar da falta de reposição à ditadura de Maduro, a Colômbia será representada na posse pelo embaixador em Caracas, Milton Rengifo, algo que também rendeu inúmeras críticas ao governo do esquerdista Petro, já que algumas considerações sobre sua atitude ambígua por não considerar os resultados das eleições que deram a vitória a Maduro e, ao mesmo tempo, enviaram um representante à posse.
Venezuela e Colômbia têm uma fronteira de 2.219 milhas com sete departamentos colombianos e quatro estados venezuelanos, onde residem cerca de 12 milhões de pessoas.
A ditadura de Nicolás Maduro tentou nesta sexta o fechamento da fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, horas antes da posse em Caracas.
A medida foi anunciada pelo governador do estado fronteiriço de Táchira, Freddy Bernal, que justificou a ação sob a alegação de uma suposta “conspiração internacional” dentro da Venezuela.
O bloqueio temporário está previsto para permanência em vigor até próxima segunda-feira (13).
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