O presidente destituído da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, não compareceu nesta quarta-feira (18) para um interrogatório para o qual havia sido convocado pelo Escritório de Investigação de Corrupção de Funcionários de Alto Escalão (CIO) sobre sua declaração da lei marcial em 3 de dezembro.
Na segunda-feira, Yoon foi convocado pela equipe de investigação conjunta, composta pela polícia, o CIO e a unidade de investigação do Ministério da Defesa, para ser interrogado hoje na sede da agência anticorrupção em Gwacheon, ao sul de Seul.
Yoon já tinha evitado comparecer a uma primeira audiência no domingo com o Ministério Público sul-coreano, que também o investigava de forma paralelamente pela sua decisão de declaração de estado de exceção no início do mês argumentando que a oposição representava um perigo para a democracia nacional.
A procuradoria invejou uma segunda intimação e anunciou que, se Yoon decidisse não comparecer antes de 21 de dezembro, considerará solicitar um mandado de prisão.
O CIO está considerando emitir uma segunda intimação, segundo relatado hoje à agência de notícias “Yonhap”, e está até mesmo investigando se a situação permitiria solicitar também um mandado de prisão, um poder que é, em princípio, de responsabilidade exclusiva dos procuradores.
Enquanto isso, representantes de ambas as equipes de investigação relataram recentemente que os serviços de segurança presidencial estão devolvendo as intimações que recebem.
Yoon – que foi proibido de deixar o país, assim como outros membros do seu gabinete, como o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun, que permanece em prisão preventiva – e oficiais militares e policiais estão sendo investigados pelos supostos crimes de motim, abuso de poder e insurreição.
Este último é o mais grave deles e pode levar à prisão de Yoon, já que nem mesmo a imunidade presidencial em casos de insurreição, crime que, para os considerados líderes do levante, resulta em prisão perpétua ou pena de morte (sobre a qual há uma moratória na Coreia do Sul desde 1997).
Yoon foi destituído pelo Parlamento no sábado e seu futuro depende agora de que decida o Tribunal Constitucional, que tem um prazo máximo de seis meses para determinar se o presidente violou ou não a Carta Magna ao decretar a lei marcial e se, portanto, seu impeachment deverá ser ratificado ou deverá ser reintegrado em sua carga.
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