A ditadura cubana, liderada por Miguel Díaz-Canel, confirmou a detenção de bolsas de manifestantes nos últimos dias. As prisões ocorreram em resposta a uma onda de protestos que tomaram as ruas do país no dia 7 de novembro, depois que o furacão Rafael causou apagões prolongados e generalizados. Segundo o governo cubano, os detidos permaneceram na “prisão provisória” devido a acusações de “agressão a autoridades e inspetores”, sendo os atos classificados pela Procuradoria como “desordem pública” e “atentado”.
As detenções coincidem com um momento de crescente tensão na ilha, enquanto o país tenta restabelecer o fornecimento de eletricidade após a agem do furacão. Além disso, diversas organizações de direitos humanos denunciaram que o governo cubano vem utilizando intimidações e prisões em massa para reprimir manifestantes. Em Havana, Mayabeque e Ciego de Ávila, detidos foram levados a delegacias para prestar depoimentos ou foram intimados a comparecer em dados futuros.
Denúncias de Privacidade de Direitos Humanos e Repressão Policial
Organizações de Direitos Humanos como a Cubalex e a Justiça 11J, ambas com sede em Miami, relataram um aumento nas prisões arbitrárias em Cuba, especialmente em localidades onde a crise energética provocou maior revolta popular. A Cubalex confirmou a prisão de pelo menos oito pessoas em Encrucijada, na província de Villa Clara, em função das manifestações manifestantes que ocorreram em 7 de novembro contra os apagões. “Confirmamos detenções arbitrárias em Encrucijada depois dos protestos pacíficos do 7 de novembro contra os prolongados cortes de eletricidade” afirmou a entidade.
A Justiça 11J também relatou ações policiais em Guanabacoa, área periférica de Havana, onde mais de dez pessoas foram intimadas a prestar depoimento. Segundo a ONG, essas intimações fazem parte de uma “perseguição constante aos cidadãos residentes na capital” e destacam que tais medidas são recorrentes para inibir protestos populares contra o regime.
Cresce o desgaste da infraestrutura e a insatisfação popular
A população cubana sofre com apagões recorrentes, que, segundo o regime, estão sendo gradualmente solucionados após o furacão Rafael. A poluição, classificada como de categoria 3, atingiu duramente as províncias de Artemisa e Pinar del Río, causando queda de postes e árvores, além de severos danos materiais. Até sábado, 82% dos circuitos de Havana foram reativados, mas o restabelecimento de energia em todo o país segue lento, agravando uma situação de precariedade e desabastecimento.
Crises como essa vêm se tornando frequentes para os cubanos, que lidam com uma infraestrutura elétrica em estado crítico. A maioria das termoelétricas da ilha possui mais de 40 anos e apresenta falhas frequentes. O cenário se agrava com a diminuição da importação de petróleo da Venezuela, parceiro energético tradicional de Cuba. Em outubro, Díaz-Canel já havia repreendido duramente manifestações em meio a apagões, alegando que as pessoas estavam “sob orientações da contrarrevolução cubana no exterior” e prometendo punições sob “o rigor das leis revolucionárias”.
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