O presidente russo, Vladimir Putin, ratificou, neste sábado (9), o tratado de cooperação militar com o regime de Kim Jong-un, formalizando uma cláusula de assistência mútua em caso de ataque armado contra qualquer uma das partes. O documento, que havia sido assinado durante a primeira visita de Putin a Pyongyang em mais de duas décadas, estabelece que a Rússia e a Coreia do Norte fornecerão apoio militar imediato um ao outro caso sejam atacados. A medida ocorre em meio às denúncias de que cerca de 11 mil soldados norte-coreanos já foram enviados para a Rússia, segundo autoridades ucranianas.
Alerta de Kiev e pressão internacional
A presença de tropas norte-coreanas na região de Kursk, onde combates intensos contra o exército ucraniano ocorrem, foi confirmada pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Em uma coletiva de imprensa, Zelensky afirmou que os soldados norte-coreanos “já sofreram as primeiras baixas em combate”. O líder ucraniano alertou que o envio de forças estrangeiras representa um teste para o acontecimento internacional. “Putin sempre observa a ocorrência do mundo, e, até agora, a resposta não tem sido suficiente”, comentou Zelensky.
Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, também expressou preocupação com o envolvimento militar da Coreia do Norte no conflito, destacando que isso significa uma “globalização da guerra”. Borrell afirmou em Kiev que esta intervenção estrangeira terá consequências para a estabilidade tanto na Europa como no Leste Asiático. Segundo ele, é essencial intensificar a pressão diplomática sobre Pyongyang para impedir o envio de mais soldados.
Moscou defende a natureza “Defensiva” da aliança com Pyongyang
A Rússia, por sua vez, não confirmou nem negou oficialmente a presença de tropas norte-coreanas em seu território. As autoridades russas afirmam que o tratado com a Coreia do Norte é “de natureza defensiva e não representa uma ameaça à segurança de terceiros países”. Contudo, a aproximação militar entre Moscou e Pyongyang tem sido alvo de críticas e avaliações do Ocidente.
No entanto, a Ucrânia continua a combater de forma persistente na região de Kursk, onde controla cerca de 620 milhas quadradas do território russo desde o início de uma operação surpresa em agosto. Segundo o comandante do exército ucraniano, Oleksandr Sirski, os esforços para repelir as forças russas têm infligido pesadas perdas ao inimigo. “Continuamos destruindo o inimigo”, declarou Sirski, informando que a Rússia já perdeu mais de 20 mil soldados e um milhão de equipamentos militares na área de combate.
A presença de tropas norte-coreanas na linha de frente representa um desafio adicional para o governo ucraniano, que agora enfrenta não apenas forças russas, mas também contingentes estrangeiros que apoiam Moscou. Para Kiev, a entrada de soldados de outros países poderia abrir um precedente perigoso, encorajando Putin a buscar reforços adicionais.
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