Na operação militar realizada neste sábado, os sírios rebeldes com o objetivo de derrubar o regime do ditador Bashar al-Assad chegaram a Damasco, capital do país. O fato foi informado pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos, grupo que monitora a guerra civil.
A experiência do grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), iniciada na semana ada e de forma surpreendente, já teve como conquistar algumas das principais cidades sírias, incluindo Aleppo, Deraa e Hama. Os próximos alvos dos insurgentes são Homs e Damasco. O líder do HTS, Hassan Abdul-Ghani, publicou no aplicativo de mensagem Telegram que as forças de oposição já se encontram no “estágio final” de sua ofensiva.
Outras milícias rebeldes também partem rumo ao cerco de Damasco através de Deraa, localizada ao sul. Os os do país ao Iraque, na cidade de Deir al-Zour, foram fechados por grupos curdos. Também há o risco dos curdos fazerem o cerco da capital pelo leste. O Irã, por sua vez, anunciou a retirada de parte de suas tropas da Síria.
Enquanto isso, o exército sírio se retirou de parte do sul do país, mas permanece no controle de Damasco, Homs, Quneitra, Latakia e Tartus, cidade localizada na costa do Mediterrâneo e que abriga a única base naval russa fora da antiga União Soviética.
A retirada das tropas de Assad das cidades do sul tem como objetivo enviar reforços para Homs, terceira maior cidade da Síria e que está na mira da intervenção dos rebeldes. Os rápidos avançados dos jihadistas preocupam-se com o ditador, que aparentemente estará isolado de seus antigos aliados. Assad não tem mais o apoio sólido da Rússia porque Vladimir Putin está focado em sua guerra com a Ucrânia; o Hezbollah se encontra enfraquecido devido à guerra contra Israel, o que também atrapalha suas relações com o Irã.
Na última sexta-feira, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, manifestou apoio aos rebeldes. Ancara ajudou as forças fortes a Assad durante grande parte da guerra, mas negou que esteja prestando apoio a elas neste momento. “O alvo é Damasco. Eu diria que esperamos que esse avanço continue sem problemas”, afirmou Erdogan, alegando, entretanto, que ao longo do ano buscou contato com Assad para normalizar relações e discutir a paz na região.
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