Ator retorna como vilão da ficção científica distópica sobre uma civilização que sobreviveu em um abrigo construído. Criador e elenco falam sobre novos episódios em entrevistas ao g1. Assim como os livros nos quais foi inspirado, “Silo” são séries daquelas que parecem ter mais perguntas do que respostas. A segunda temporada da trama distópica sobre uma civilização que sobreviveu em um abrigo estreia nesta sexta-feira (15) com o mesmo ritmo. Pelo menos é o que explica Tim Robbins, ganhador do Oscar de ator coadjuvante por “Sobre meninos e lobos” (curiosidade: com 1,96m de altura, ele ainda é o vencedor mais alto da Academia), grande vilão da trama – pelo menos até aqui. “O que eu mais amo nos roteiristas dessa série é que eles continuam a descascar as camadas. Sempre que você pensa algo, no fim, não é aquilo – ou, pelo menos, é outra versão daquela realidade”, diz o americano. “As coisas não são preto e branco. Há muitas cinzas. Há camadas de mentiras, mas o mais importante sobre a sobrevivência nesse lugar não é uma mentira. Então, é complexo. É uma jornada.” Assista ao trailer da segunda temporada de 'Silo' Na segunda temporada de dez episódios, que será lançada semanalmente na plataforma de vídeos Apple TV+, Robbins interpreta mais uma vez o prefeito honorário do silo, um abrigo escondido com centenas de andares, lar para cerca de dez mil pessoas em um mundo envenenado. Dessa vez, no entanto, seu personagem mostra um lado mais pessoal inédito até para os livros, que humaniza um vilão mais maniqueísta na história original. Ele continua, no entanto, o maior antagonista da mecânica vívida de Rebecca Ferguson (“Duna”), que infelizmente não participou das entrevistas por um problema de saúde. Nos novos capítulos, ela tenta sobreviver após ser banida – e corre contra o tempo com a ajuda de um novo e inesperado aliado. Tim Robbins em cena da 2ª temporada de 'Silo' Divulgação Mesmo destino, caminhos diferentes A temporada segue os caminhos traçados pela segunda metade do primeiro livro da trilogia “Silo”, escrito por Hugh Howell. Apesar do envolvimento direto do autor, a adaptação nunca teve problemas em tomar rotas diferentes, para expandir ou condensar elementos importantes. Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, o próprio Howell foi um dos principais responsáveis pelas variações. “Ele lutou por mudar mais coisas até do que eu.” “Ele ama bolar ideias para a história, adora pensar nas maneiras como as coisas podem acontecer. Às vezes ele diz 'poxa, podemos matar esse cara'. E eu falo 'Hugh, te acalma. Não vamos matar essa pessoa'”, brinca o criador e responsável pela série, Graham Yost. Conhecido pelo roteiro de “Velocidade Máxima” (1994), o canadense também criou a série “Justified” e é um dos produtores-executivos de outro sucesso da Apple TV+, “Slow Horses”. Ao longo dos novos episódios, ele apresenta conceitos que só apareceriam depois nos livros. Sem entrar em spoilers, Yost explica que há um benefício em olhar para a história já concluída, enquanto Howell inventava soluções para cada livro. “Você já tem os livros. As pessoas sempre podem ler aquela versão dos livros. Você meio que quer dar a eles uma versão meio que diferente. Quer que seja a mesma história, mas ver aspectos diferentes dela.” Common em cena da 2ª temporada de 'Silo' Divulgação Mãos direitas Como braço direito do prefeito, que o ajuda a importar as regras do silo, o rapper (e ganha tambémdor de Oscar, pela canção original de “Selma”) Common explicado por que você acha “engraçado” interpretou alguém que faz parte do sistema. “Sendo uma pessoa preta nos Estados Unidos, eu basicamente cresci em um sistema que é opressivo. Da escravidão, ao Jim Crow, ao sistema prisional. Então, fazer parte de um sistema que determina o que as pessoas podem ou não fazer é uma forma diferente de lidar com a vida para mim”, diz o cantor. “Eu amo personagens que não necessariamente pensam como eu penso o tempo todo.” Ao lado do protagonista está a grande adição ao elenco. Steve Zahn (“The White Lotus”) assume um dos personagens favoritos dos fãs dos livros, um homem que ou a maior parte da vida isolado e que precisa reaprender a conviver com outras pessoas. “Essa foi a parte atraente do papel. Foi divertido deixar crescer minha barba, meu cabelo e ficar com a aparência de um homem das montanhas, esse sozinho meio bruto, com uma aparência quase perigosa, mas com a mente e alma de um garoto de garoto 12 anos, que parou de aprender socialmente”, fala o americano. “O cérebro dele continua aprendendo com informações e arte e ciência e música. Mas quais são as coisas que aprendem socialmente? Quais as coisas que estão dentro de nós, que não aprendem? Afeto, toque, seja o que for. Foi um personagem fascinante .” Steve Zahn em cena da 2ª temporada de ‘Silo’ Divulgação
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