A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu neste mês de dezembro ao final da metade do mandato, de acordo com a nova rodada da pesquisa Quaest divulgada nesta quarta (11).
De acordo com os novos números, a desaprovação subiu de 45% em outubro para 47% neste mês, enquanto que a aprovação subiu apenas 1 ponto percentual, de 51% para 52%. A desaprovação foi puxada pela insatisfação principalmente dos moradores do Sudeste (53%) e do Sul (52%), com destaque para o Paraná (44%) e São Paulo (43%).
A pesquisa da Quaest aponta, ainda, que a avaliação positiva de Lula a esta altura do governo é menor do que no mesmo período de Jair Bolsonaro (PL), com apenas 33% contra 35% do ex-presidente.
A Quaest reuniu 8.598 pessoas entre os dias 4 e 9 de dezembro, com uma margem de erro de 1 ponto percentual para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.
Desde o começo deste terceiro mandato, Lula tem visto o nível de desaprovação crescer principalmente entre os indecisos, enquanto que a aprovação oscilou na casa dos 50%:
De acordo com o pesquisador Felipe Nunes, CEO da Quaest, a avaliação deste terceiro governo de Lula é pior do que as duas primeiras gestões e só aparece à frente de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) 2 e Michel Temer (MDB).
“A estabilidade nos números revela a baixa capacidade do governo em comunicar seus principais resultados econômicos. O pacote de corte de gastos apresentado pelo ministro [Fernando] Haddad, por exemplo, só ficou conhecido por 38% dos entrevistados”, apontou.

Para ele, essa dificuldade também é agravada pela polarização política “que se calcificou”. “Eleitores do Lula acreditam que a economia melhorou, os candidatos do Bolsonaro defendem que a economia piorou. Esse cabo de guerra de opinião persiste”, ressaltou Felipe Nunes.
Entre os que votaram em Lula na eleição de 2022, 61% afirmam que a economia melhorou nos últimos 12 meses, enquanto que 60% dos eleitores de Bolsonaro veem uma piora nas finanças do país.

Embora Lula diga que governa para todo o país, sem distinção dos partidos a que governadores e prefeitos pertencem, uma nova rodada da pesquisa Quaest mostra que regiões em que ele saiu perdendo em 2022 ainda são bastante resistentes.
A avaliação negativa de Lula no Sudeste aumentou de 34% em outubro para 35% em dezembro, de 29% para 30% no Centro-Oeste/Norte, e de 20% para 22% no Nordeste – região onde a aprovação ainda é grande, de 48%. Veja abaixo os números consolidados:

Na comparação com o governo Bolsonaro, 37% acreditam que está pior, 42% melhor e 20% igual. Já na comparação com os dois primeiros mandatos, a avaliação de Lula piorou entre o começo desta gestão e esta nova pesquisa:
- Melhor que os anteriores: 53% em fevereiro de 2023 para 35% agora;
- Pior que os anteriores: 25% para 41%;
- Igual aos anteriores: 14% para 19%.
Por outro lado, a percepção de que o Brasil está indo na direção correta (43%) ainda desperta a desconfiança de grande parte dos entrevistados pela Quaest (46%), também refletido nas diferentes regiões do país:

Os entrevistados também disseram à Quaest uma percepção de ter mais notícias negativas do governo (41%) do que positivas (32%). Outros 23% dizem não ter ouvido notícias, o que também reflete na dificuldade da equipe de Lula se comunicar com a população.
Para os entrevistados, as políticas econômicas de Lula têm sido os maiores erros do governo. Veja abaixo os principais temas mais questionados:
- Piora na economia/aumento de preços: 5%;
- Reforma tributária/aumento de impostos: 3%;
- Posicionamentos do governo, falas e relação com o Congresso: 3%;
- Aumento dos gastos/dívida pública: 3%;
- Não cumpriu promessas de campanha: 3%.
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