Seis pessoas foram baleadas. Dez pessoas foram presas. Linhas de ônibus pararam de circular, e escolas não abriram. Dois ônibus são incendiados em dia de megaoperação na Penha Dois ônibus foram incendiados em Cordovil, na Zona Norte do Rio, no início da tarde desta terça-feira (3) enquanto a Polícia Civil realizava uma megaoperação no Complexo da Penha para prender chefes do tráfico . Os veículos foram atravessados na Estrada do Quitungo e na Praça 13 de junho e usados como barricadas para desmobilizar o policial efetivo. Os Bombeiros do Quartel da Penha e a Polícia Militar eram acionados. Os ônibus são incendiados em dia de operação na Penha Reprodução/TV Globo As chamas atingiram os fundamentos das ruas, e o combustível vazou para a calçada, onde um carro estava estacionado. De acordo com o RioÔnibus, são 117 ônibus incendiados só este ano. Além dos veículos, pneus e outros objetos também foram incendiados em outros pontos. A operação na Penha é mais uma fase da Operação Torniquete, que combate o roubo de cargas e veículos. Ônibus deixaram de circular, e escolas e postos de saúde não abriram. Veja em detalhes os impactos à população. Os chefes da facção foram procurados — entre eles, o traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca. Os policiais também tentaram prender criminosos foragidos do Pará e do Ceará escondidos na Penha. Ônibus são incendiados em dia de operação na Penha Reprodução/TV Globo Até a última atualização desta reportagem, havia registro de 10 presos e de 6 feridos, atendidos todos no Hospital Estadual Getúlio Vargas. Ainda internados: Ágatha Alves de Souza, de 22 anos, foi baleada na perna voltando do trabalho em um ponto de ônibus. Seu estado era túmulo; Um homem não identificado. Receberam alta: Davyson Aquino da Silva, policial civil. Foi baleado no ombro. Felipe Barcelos, 26 anos, ajudante de pedreiro, baleado na padaria tomando café Manuel Rodrigues de Sousa, de 74 anos, estava numa fila para fazer fisioterapia e ficou na linha de tiro. Tamires Silva Soares, de 32 anos. Grávida, foi atingida por estilhaços na boca. Confronto logo cedo Segundo moradores, os tiroteios começaram às 5h20. Traficantes atearam fogo nas barricadas — até um carro foi incendiado. A TV Globo apurou que uma equipe da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil, foi a primeira para o conjunto de favelas. Outros 200 agentes de 18 unidades foram mobilizados a partir da Cidade da Polícia. “A ação integrada tem como objetivo cumprir mandatos de prisão e de busca e apreensão contra traficantes do Comando Vermelho (CV) responsáveis, entre outros crimes, por ordenar roubos de veículos e de cargas para financiar a 'caixinha' da organização criminosa, o que viabiliza a compra de armamento, munição e o pagamento de uma 'mesada' aos parentes de membros presos da facção e de lideranças do grupo”, explicou a Polícia Civil, em nota. “Segundo as investigações, é do Complexo da Penha de onde partem as ordens para as disputas entre rivais em busca de expandir territórios.” Moradores disseram que viram pelo menos 5 cegos circulando pelas comunidades e um presidente sobrevoando o complexo. Por volta das 6h, os policiais fecharam todos os os da Rua Uranos, uma das principais da Penha. Também participaram da ação a Polícia Militar e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). Blindados da Polícia Civil no Complexo da Penha Reprodução/TV Globo Impactos Transportes O RioÔnibus informou que, devido à operação policial na região do Complexo da Penha, 8 linhas sofreram desvios de itinerário. 312: Olaria-Candelária 313: Grotão-Praça Tiradentes 621: Penha-Saens Peña 622: Penha-Saens Peña 623: Penha-Saens Peña 625: Olaria-Saens Peña 679: Grotão-Méier 721: Vila Cruzeiro-Cascadura O BRT Transcarioca chegou a fechar 6 estações e a suspender 3 linhas, mas às 8h o serviço estava em normalização. Educação A Secretaria Municipal de Educação informou que 16 escolas da rede não abriram nesta terça. Já a Secretaria Estadual de Educação disse que 1 colégio fechou. Saúde A Clínica da Família Ana Maria Conceição dos Santos Correia, na Vila Kosmos, suspendeu o início do funcionamento e avaliou a possibilidade de abertura. A Clínica da Família Zilda Arns, no Complexo do Alemão, mantém o atendimento à população. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, estão suspensas. Já a Clínica da Família Aloysio Augusto Novis, na Penha Circular, acionou o protocolo de o mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, interrompeu o funcionamento. Veja mais detalhes da operação: Operação Torniquete leva bolsas de policiais à Penha
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