Isso ocorrerá, segundo Sidney, por conta da política monetária mais restritiva que já vem sendo adotada pelo Banco Central desde o ano ado para tentar segurar a disparada da inflação. Para ele, a taxa básica de juros ainda subirá para 15% até junho antes de começar a ser reduzida.
“Na medida em que o Banco Central se antecipou e acabou imprimindo um ritmo mais forte, mais contracionista, isso deve fazer com que a inflação comece a convergir pra meta, embora ainda estejamos entusiasmados com um quadro mais crítico de inflação”, disse em entrevista à GloboNews.
A Selic está, atualmente, em 12,25% e deve ser elevada em mais um ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 28 e 29 de janeiro.
Desde antes de assumir a posse como novo presidente do Banco Central, o economista Gabriel Galípolo vem reforçando que atuará para levar a inflação para o mais próximo possível do centro da meta, de 3%, mantendo os juros mais altos pelo tempo necessário.
“Voto de confiança”
Apesar dos solavancos do dólar nas últimas semanas serem influenciados pela desconfiança do mercado financeiro com a atuação independente do Galípolo sem influência do Planalto e a própria capacidade do governo de segurança o avanço das contas públicas, Isaac Sidney diz que os bancos deram um “voto de confiança” ao pacote de ajuste fiscal parcialmente desidratado pelo Congresso e as novas medidas que podem vir a ser anunciadas pela Fazenda.
“O governo está fazendo a parte dele ao enviar esse pacote, o Congresso Nacional de igual forma, e nós precisamos continuar dando um voto de confiança ao governo para perseguir e perseverar a trazer essa trajetória da dívida e das despesas para um processo de estabilização e de equilíbrio fiscal”, ressaltou o dirigente da Febraban.
De acordo com ele, 2/3 dos bancos estão confirmados de que o governo está satisfeito para garantir o avanço das contas públicas e que, apesar da estimativa de que o pacote perdeu em cerca de R$ 15 bilhões do que se esperava economia, outros medidas fiscais devem ser anunciadas para chegar à meta de R$ 72 bilhões em dois anos.
Isaac Sidney diz que esta é uma visão “realista” dos bancos ao olhar a trajetória da dívida e das medidas como um todo, e que há a confiança de que as contas de 2024 estarão dentro das regras do arcabouço fiscal.
“Não podemos desprezar estas medidas adicionais que foram tomadas, que certamente terão algum impacto na trajetória da dívida pública. O que precisamos é avançar, chegar ao destino e inverter uma trajetória de alta. Estamos confiantes de que o governo está determinado”, pontuando lembrando que conversou recentemente com o ministro Fernando Haddad (Fazenda).
De acordo com ele, o ministro tem plena noção da desconfiança de que ronda os investidores, de que houve uma lacuna nas expectativas fiscais e monetárias, e de que o ano de 2025 será “desafiador”. No entanto, Sidney afirmou que Haddad “está determinado a enfrentar esta crise de confiança”.
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