Frentes parlamentares repudiam pacote de ajuste fiscal do governo Lula

Representantes das Frentes Parlamentares do setor produtivo repudiaram nesta terça-feira (3) o pacote de ajuste fiscal, apresentado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e entregue ao Congresso Nacional nesta semana. Entre as propostas, constam a dos cortes de gastos e a possibilidade de novos tributos, como a criação de um imposto de renda suplementar.

Na avaliação do presidente da Frente do Mercado Livre, Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-RJ), os cortes de gastos propostos pelo governo são “insuficientes” para o equilíbrio fiscal. Ele destacou que o Brasil está chegando “no limite, tanto no limite de arrecadação, quanto no limite de individualização. “Os juros aumentam, porque o risco do governo não pagar as contas é muito grande e não pagar essas dívidas é muito grande, é o que a Argentina viveu”, explicou Bragança.

O líder da FPLM ainda destacou que o corte proposto pelo governo representa apenas 0,1% do total que está arrecado, o que significa “quase nada”. Para Bragança, a proposta ainda é muito “tênue” por não atender o que seria “benéfico para o mercado livre”. “Isso não é um esforço de corte de gastos, isso não é um esforço de fazer uma reforma em tudo aquilo que gera os rombos fiscais que estão combatendo. Estamos perdendo valor frente às outras moedas. precisamos de um equilíbrio mais profundo e de reformas mais profundas”, declarou.

“Se houver uma redução de gastos de um lado, vai ter que aumentar a cobrança de outro, da classe média, isso não tem cabimento. Isso é uma proposta perdida, muito tênue, extremamente demagógica e muito ideológica”, complementou Bragança.

Já o presidente da Frente do Empreendedorismo, Joaquim arinho (PL-PA), afirmou que o pacote fiscal do governo “não é suficiente” e não foi um “pacote de corte de gastos”. “O governo tenta, com o jogo de palavras, mudar o que realmente é. Não está no DNA deste governo, do PT, diminuir gastos. Ele quer arrecadar mais. Ele quer compensar a despesa com maior arrecadação. Isso é o que o governo tem feito e continua fazendo”, declarou o parlamentar.

Segundo arinho, o empreendedor “não aceita pagar mais impostos”. “Acabou a paciência do empreendedor brasileiro, acabou a paciência do pago de imposto”, disse.

Receitas superestimadas

Na coletiva de imprensa, o relator das receitas da Comissão Mista de Orçamento (CMO), Domingos Sávio (PL-MG, alertou para as receitas superestimadas nas propostas do governo, como da receita do INSS, das contribuições previdenciárias. Segundo Sávio, os valores “Um pouco mais de R$ 700 bilhões, mas foram calculados como se não houvesse desoneração da Folha a partir do dia 1º de janeiro”.

”Se a gente não faz aquela prorrogação, ainda que parcial, da desoneração, nós iríamos fechar muitas empresas no Brasil, fechar postos de trabalho, diminuir a competitividade do nosso país. Então, foi uma decisão negociada em que a desoneração, pelo menos em parte, foi preservada”, informou o deputado.

Sávio também destacou que o Brasil tem perdido a sua substituição econômica, com o “dólar disparando e os juros subindo”. “Nós votamos um arcabouço fiscal que prevê que no ano de 2025 nós já teríamos que ter superávit primário para o Brasil não continuar nessa escalada de endividamento. Já estamos chegando a quase 80% do PIB brasileiro, a dívida pública engolindo toda a riqueza, todo o produto interno bruto que circula no país. E isso é óbvio, diminui a alteração, diminui a confiança”, explicou.