O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta quarta (18) que pedirá ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para fazer em votação as propostas de corte de gastos na casa no máximo até sexta-feira (20).
Ele falou sobre o pedido pouco antes de um almoço com o senador para tratar do cronograma de votação do pacote que está em análise na Câmara. Após a aprovação, é preciso ar também pelo Senado.
“Estamos fazendo a nossa parte que é mandar as medidas e garantir que elas não sejam desidratadas. Penso que está tendo uma compreensão boa, uma proposta ada. Hoje devem ar as outras, inclusive a PEC”, disse os jornalistas.
Ainda de acordo com Haddad, as propostas precisam ar pelo Senado até sexta (20) “para fechar poder o orçamento [de 2025]”.
Já as outras duas propostas ajustaram o ritmo de aumento dos gastos tributários considerando o arcabouço fiscal, limitar o reajuste do salário mínimo até 2030 e alterar o Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros.
Essa demora na análise pelos deputados – que acabou condicionada à liberação de emendas parlamentares – está provocando uma escalada do dólar desde a semana ada. Nesta quarta (18), na hora do almoço, a cotação estava batendo em R$ 6,16 pelo temor do mercado financeiro com a desidratação das propostas.
Haddad, no entanto, tentou entusiasmar os investidores dizendo que “temos conversado com as instituições financeiras sobre previsão de inflação, câmbio, e até aqui as flutuações são melhores do que as que os especuladores estão fazendo”.
“O câmbio flutua, e o Banco Central tem feito suas intervenções. O Tesouro está vendendo títulos. Pode estar tendo [especulação]mas eu não quero fazer justiça com isso. Esses movimentos especulativos são combinados com instrumentos do BC e do Tesouro”, emendou o ministro.
Desde a semana ada, o Banco Central já injetou US$ 10,7 bilhões em recursos no mercado financeiro para garantir a escalada do dólar, e anunciou leilões de títulos do Tesouro por três dias seguidos a partir desta quarta (18). No entanto, as incertezas com a tramitação das propostas ainda levantam a desconfiança dos investidores.
Na sessão de terça (17), Pacheco afirmou que pode convocar a sessão do Senado até mesmo no sábado (21) para encerrar as votações permitidas, mas que pretende agilizar tudo até sexta (20). Isso porque o recesso parlamentar começa oficialmente no começo da próxima semana.
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