Melhora na comunicação, combate à extrema direita, não à anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e apoio ao fim da jornada 6X1 são alguns dos temas que devem ser chancelados no seminário do Partido dos Trabalhadores neste sábado, em Brasília.
Elaborado pela corrente majoritária do partido, Construindo um Novo Brasil (CNB), o documento será apreciado pelos militantes. O evento contou com uma participação virtual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta sexta-feira (6), por meio de videoconferência.
A ideia do partido é promover esforços na divulgação de medidas positivas da istração petista. “Há um erro no governo na questão da comunicação e eu sou obrigado a fazer as instruções necessárias para que a gente não reclame de que a gente não está se comunicando bem”, disse Lula no encerramento de um encontro do PT em Brasília.
O mandatário também cobrou que o próprio partido atuasse de forma mais integrada para divulgar ações de sua gestão e fez uma mea-culpa por não dar mais entrevistas em contraponto aos discursos de oposição.
“Alguma coisa precisa ser mudada para que as pessoas tenham o ao que nós estamos fazendo. Essa é uma das minhas preocupações que quero começar a resolver no começo do ano e quero resolver junto com o partido”, disse, indicando que o governo terá alterações na Secretaria de Comunicação e aumentando a pressão sobre o titular da pasta, ministro Paulo Pimenta.
O documento propõe novos pronunciamentos na rede de rádio e televisão, como no caso do anúncio do pacote de corte de gastos, feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “A utilização de apoio na cadeia nacional de rádio e TV deveria ser uma constante nas atividades da Presidência e dos ministros e ministros que integram massas cruciais, e não uma estratégia limitada a dados como o 7 de setembro”, diz trecho da resolução.
Lula informou que fará uma licitação para incrementar a digitalização da comunicação do partido. A Secom chegou a realizar uma concorrência para empresas de comunicação digital do governo, mas foi suspensa em julho pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeita de violação do sigilo do processo.
Veja os pontos de resolução do Partido dos Trabalhadores:
- Não à anistia: O PT pretende “sepultar a proposta para anistiar os golpistas”. Também cobra a proteção de “Bolsonaro” e todos os envolvidos na tentativa de golpe.
- Extrema-direita: “O enfrentamento contra o radicalismo violento da extrema direita bolsonarista permanece uma prioridade inegociável”, diz o texto.
- Forças Armadas: Retomar a junta de uma PEC que altera o artigo 142 sobre as Forças Armadas para esclarecer que elas não possuem poder moderador.
- Articular e comunicar: Priorizar aliados, dialogar com as bases, serem elas católicas ou evangélicas, uso maior de cadeia de rádio e TV e melhoria na comunicação digital.
- Regras para apostas: A regulamentação das apostas on-line é apontada como uma das prioridades.
- Super-ricos: A tributação do patrimônio dos super-ricos deve seguir o exemplo “das maiores economias do mundo”, segundo o partido.
- Foco no trabalhador: O partido quer o fim da escala 6X1 e a tarifa zero no transporte (criação de um sistema único de mobilidade universal e gratuito, aos moldes do SUS).
- Combate à fome: A ideia é que o governo erradica completamente a fome como “ocorrido em 2014” até o fim do mandato atual.
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