As investigações apontaram que Carlos Eduardo atuava como operador do esquema. De acordo com a denúncia do MP-BA, os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira são líderes do grupo criminoso. Suspeito de desviar doações no telejornal é preso em Salvador Um dos suspeitos de participação no “Golpe do PIX”, como foi apelidado o esquema de desvios de doações feitas a pessoas em situação de vulnerabilidade através do telejornal “Balanço Geral”, foi preso nesta sexta -feira (19), após ter uma prisão preventiva decretada pela Justiça na quarta (18). Carlos Eduardo do Sacramento Marques Santiago de Jesus foi encontrado no bairro do Cabula, na capital baiana, e levado para o Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic). Além dele, Thais Pacheco da Costa também teve o mandado de prisão decretado. Ela ainda não foi presa. Os dois são acusados de atuarem como operadores no esquema. De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), o apresentador Marcelo Castro e o editor-chefe Jamerson Oliveira eram os líderes do grupo — eles não tiveram prisões decretadas. “Ele [Carlos Eduardo] era um dos titulares das contas correntes em que eram depositados o dinheiro”, detalhou o delegado Adriano Moreira. Suspeito de desviar doações no telejornal é preso em Salvador Arquivo Pessoal A decisão judicial aponta que o mandado de prisão contra Carlos Eduardo e Thais foi motivado por conta da “periculosidade” dos acusados e por entender que “a fuga do distrito da culpa é fundamento válido à segregação cautelar “Como o processo se encontra em fase judicial, procederemos com as medidas de praxe, dentre elas”. elas a realização do exame de corpo e delito, a remessa dele para a Polinter, onde ficará custodiada, e aí o processo tramitará da forma que todo processo ocorre”, explicou o delegado Thomas Galdino. Ao todo, 12 pessoas foram denunciadas pelo MP- BA por crimes como associação criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro O grupo teria se justiça de R$ 407.143,78, o equivalente a 75% de R$. doados pela audiência do programa. denúncia oferecida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) à Justiça contra os 12 suspeitos de envolvimento no caso conhecido como “Golpe do PIX”, detalha a participação de cada um deles no esquema. O documento mostra o “caminho” do dinheiro que foi arrecadado através de um programa de TV para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social, mas foi desviado e lavado. Relembre o caso As doações foram feitas por telespectadores do “Balanço Geral”, telejornal da Record Bahia/TV Itapoan no qual Castro e Jamerson trabalharam — o primeiro como um dos principais repórteres, e o segundo como editor-chefe. O programa divulgou uma chave PIX para que o público pudesse ajudar os cidadãos cujas histórias eram relacionadas junto com os pedidos de ajuda. MP pede suspensão de registro da arma de jornalista investigado por desviar dinheiro doado por telespectadores Veja o 'caminho' do dinheiro doado para programa de TV e desviado por denunciados A suspeita de desvio veio à tona em março de 2023 após uma denúncia informal feita à Record . A emissora logo iniciou uma investigação interna, acordos semelhantes, acionou a Polícia Civil e demitiu os profissionais envolvidos. Polícia Civil investiga golpe do Pix em Salvador As investigações apontaram que não havia uma chave de PIX usada em todos os crimes cometidos. O grupo alternava contas de nove denunciados, as vezes mais de uma durante o mesmo episódio. Castro e Jamerson negam as acusações. Em nota, a defesa dos jornalistas destacou que a denúncia ainda não foi recebida pela Justiça. “Por tais motivos, devemos ter cautela nas informações que são adas, até porque 'as provas' colhidas na fase inquisitorial não aram por diversos princípios processuais e constitucionais penais e constitucionais. A defesa continua, veemente, argumentando a inocência de seus assistidos, por ser de mais lídima justiça”. Abaixo, entenda o que se sabe sobre a denúncia: Qual a acusação contra os suspeitos? Quem são os suspeitos? Quem foram as vítimas? Como o caso foi descoberto? Quanto foi desviado? O que dizem os denunciados? 1. Qual a denúncia contra os suspeitos? A denúncia foi oferecida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) do MP-BA à 9ª Vara Criminal da Comarca de Salvador no dia 9 de agosto. Os suspeitos são acusados de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Para o juiz titular da 9ª Vara, Eduardo Afonso Maia Caricchio, trata-se não apenas de uma associação, como o MP-BA sugeriu, mas sim de uma organização criminosa, pois a estrutura complexa do grupo inclui hierarquização. De acordo com o magistrado, o grupo se articulava de forma muito ordenada e específica pela divisão de tarefas. Por isso, ele remeteu os autos à Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados pela Organização Criminosa da capital baiana no dia 12 de agosto. No dia 30 daquele mês, o juiz da Vara dos Feitos Relativos a Delitos da Organização Criminosa de Salvador, Cidval Santos Sousa Filho, aceitou a denúncia, tornando os 12 acusados réus no processo. 2. Quem são os suspeitos? A investigação reuniu para 12 pessoas como membros da organização criminosa. São elas: Alessandra Silva Oliveira de Jesus, 21 anos Carlos Eduardo do Sacramento Marques Santiago de Jesus, 29 anos – alvo de mandado de prisão preventiva em 18 de dezembro de 2024 Daniele Cristina da Silva Monteiro, 27 anos Débora Cristina da Silva, 27 anos Eneida Sena Couto, 58 anos Gerson Santos Santana Junior, 34 anos Jakson da Silva de Jesus, 21 anos Jamerson Birindiba Oliveira, 29 anos Lucas Costa Santos, 26 anos Marcelo Valter Amorim Matos Lyrio Castro, 36 anos Rute Cruz da Costa, 51 anos Thais Pacheco da Costa, 27 anos – alvo de mandado de prisão preventiva em 18 de dezembro de 2024 Os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira seriam líderes do grupo, conforme denúncia do MP. Eles e o suspeito Lucas Costa Santos estariam envolvidos em todos os casos de desvios. Como repórter, Castro entrevistava as vítimas, narrando os dramas e pedindo doações. Nesses momentos, ele informava o número de uma chave PIX, que aparecia na tela para que as pessoas fizessem suas contribuições. O MP-BA aponta que ele faria isso mesmo sabendo que as contas indicadas não pertenciam aos entrevistados, e sim a terceiros. Jamerson, então editor-chefe do programa, era responsável pela transmissão. Na função, ele autorizou a inserção e a exibição da chave PIX destinada à coleta das doações, também ciente de que recebeu a um dos membros do grupo criminoso. Já Lucas seria um dos operadores, identificando casos para serem exibidos na televisão. Ele foi responsável por cooptar os outros participantes do esquema e obteve com eles contas bancárias para receberem os valores doados pelos telespectadores. Todos os envolvidos no esquema tinham algum tipo de relação familiar com Lucas, exceto Jamerson e Castro. O operador é filho de Rute, companheiro de Thais, primo de Alessandra, Débora, Daniele e Gerson. Esse último é filho de Eneida e companheiro de Débora. Juntas, essas 12 pessoas devem ser limpas indevidamente da maior parte das doações, e destinadas aos doadores “uma quantidade ínfima” dentre o total arrecadado. Em seguida, eles se dividiram entre si valores proporcionais à atuação e liderança dentro do grupo. 3. Quem foram as vítimas? O inquérito policial contabilizou 12 casos de desvios, todos eles com participações “efetivas e resultados” dos jornalistas e de Lucas. Os suspeitos foram indiciados pela Polícia Civil em julho de 2023. As vítimas do golpe eram cidadãos em situação vulnerável, por problemas de saúde ou financeiros. Elas participaram de reportagens do telejornal, contando suas histórias. O programa, então, divulgou um suposto PIX da produção como forma de ajuda-las. O objetivo era angariar doações dos telespectadores, que deveriam ser integralmente readas às pessoas necessitadas. Mas, segundo a investigação do MP-BA, a maior parte do valor arrecadado foi desviada pelos suspeitos. Veja o caminho do dinheiro em cada um dos 12 casos levantados pelo Gaeco O Gaeco destaca que as vítimas acreditaram que a chave PIX informada era de titularidade da emissora ou de alguém ligado ao programa, porque essa era a informação reada por Marcelo Castro quando foi questionado por alguém. Sem o à informação dos montantes efectivamente arrecadados, eles serão satisfeitos com os valores recebidos. Só tomaram conhecimento da fraude quando os fatos foram divulgados na imprensa. 4. Como o caso foi descoberto? O caso ocorreu à tona em março do ano ado por conta da desconfiança de um jogador de futebol. Interessado em doar dinheiro para a família de uma criança que enfrentava problemas de saúde, ele estranhou a diferença entre a conta exibida na transmissão, no dia 28 de fevereiro, e a indicada para a doação nos bastidores. Ao simular uma transação, foi constatada a divergência na titularidade das contas. Marcelo Castro apresentando reportagem no dia 28 de fevereiro de 2023 Divulgação/MP-BA “Ele descobriu que aquela chave PIX era de uma pessoa que desenvolvia a atividade de rifeiro. Como ele queria fazer essa doação, desconfiou e conseguiu o telefone da mãe da criança com câncer. Foi feito um certo de que a doação seria feita diretamente para ela, não para aquela chave'', contou o delegado Charles Leão, responsável pelas investigações na Polícia Civil, meses atrás. emissora, que concordou com uma apuração interna e acordos semelhantes. A Record Bahia, então, levou a situação à polícia e demitiu os jornalistas envolvidos. 5. Quanto foi desviado? arrecadou R$ 543.089,66 em doações totais, apenas 25% foi reado às vítimas, o que equivale a R$ 135.945,71. seja, o grupo teria desviado R$ 407.143,78. 📱 NOTÍCIAS: Faça parte do canal do g1 Bahia no WhatsApp O caso considerado o estopim para a descoberta da ação criminosa foi a história de uma criança que sofria com tumores na cabeça e na barriga. . Uma reportagem exibida em fevereiro de 2023 afirmava que os medicamentos custavam em torno de R$ 73 mil e não eram fornecidos pelo Serviço Único de Saúde (SUS). A situação sensibilizou o público, que somou R$ 109.569,63 em doações, além do valor de R$ 70 mil já reado pelo jogador de futebol. Do total, R$ 69.533,53 foram transferidos para proteção indevidamente pelo grupo suspeito, com apenas R$ 40.036,10 reados à família. 6. O que dizem os denunciados? Castro e Jamerson não se manifestaram publicamente. O advogado Marcus Rodrigues, que representa os dois, defendeu a inocência de seus clientes em contato com o g1. “A denúncia foi oferecida, mas a mesma ainda não foi recebida pela Justiça. Por tais motivos, devemos ter cautela nas informações que são adas, até porque “as provas” colhidas na fase inquisitorial não aram por diversos princípios processuais e constitucionais penais e constitucionais . A defesa continua, veemente, argumentando a inocência dos seus assistidos, por ser de mais lídima justiça”. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos demais suspeitos. Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.
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