Jordy afirmou que a operação é mais uma realizada a mando do governo para desviar a atenção do que série de crise que o Planalto está vivendo com o Congresso, pela dificuldade em fazer avançar a votação do pacote de ajuste fiscal, e com o mercado financeiro, que fez disparar a cotação do dólar por desconfiança com o controle das contas públicas.
“É curioso, sempre que há uma crise – quando não há crise nesse governo? – que vai mostrar as vísceras desse desgoverno, eles arrumam alguma coisa pra tirar o foco, uma cortina de fumaça”, disparou o deputado na tribuna da Câmara durante a sessão da manhã, que analisará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) relativa ao corte de gastos.
O deputado rebateu a acusação da Polícia Federal de que teria utilizado irregularmente a cota parlamentar para o aluguel de carros – a mesma empresa presta serviços a ele e aos Sóstenes – e todos os trâmites burocráticos estão registrados na Câmara.
“Vocês já repararam que isso só está acontecendo com deputados de oposição? Essas perseguições e investigações só acontecem com deputados de direita, de oposição. Ninguém da esquerda, do PT, do PSOL é investigado”, disparou o deputado.
Mandados para “incriminar” a oposição
Carlos Jordy ainda criticou que as operações são “invasivas” sem uma intimação anterior, como uma “pesca probatória” com os mandados de busca e apreensão para “tentar buscar algo incriminador contra nós”.
O deputado também apontou que nenhum dos pertences ficou surpreso na operação de janeiro, como uma arma registrada e o aporte diplomático, foram devolvidos pela Polícia Federal.
“A irresponsabilidade do STF (Supremo Tribunal Federal), desse governo e da Polícia Federal, que se tornou a 'gestapo' desse consórcio faz com que eu, assim como outros deputados, sejam perseguidos de forma implacável”, emendou Jordy na crítica.
“Eles querem nos intimidar, nos humilhar. Mas isso me fortalece”, completou.
Já Sóstenes Cavalcante afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que se pronunciará sobre a operação em uma coletiva de imprensa no começo da tarde. Pela manhã, ele adiantou nas redes sociais que “podem revirar tudo, não irá achar nada”.
Na operação desta quinta-feira (19), a Polícia Federal cumpriu seis mandatos de busca e apreensão em endereços direcionados aos assessores dos deputados nos estados do Rio de Janeiro e Tocantins e no Distrito Federal.
“As investigações apontam para a existência de um esquema criminoso caracterizado pela interação entre os setores público e privado, no qual agentes públicos e empresários estabeleceram um acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares”, afirmou a autoridade em nota.
De acordo com o site da Câmara dos Deputados, Jordy já gastou R$ 227,9 mil da cota parlamentar neste ano, mas mantém R$ 107,1 mil não utilizados. Já Sóstentes teve um gasto maior, de R$ 467,5 mil, enquanto outros R$ 31,1 mil não foram utilizados.
“O valor mensal do benefício deve ser utilizado pelo deputado para custear despesas típicas do exercício do mandato parlamentar, como aluguel de escritório de apoio ao mandato no estado, agens aéreas, alimentação, aluguel de carro, combustível, entre outras”, explica a Câmara sobre as informações do uso da cota parlamentar.
O portal da casa legislativa aponta que cada deputado federal do Rio de Janeiro tem direito a R$ 41,5 mil ao mês da cota. “O saldo mensal não utilizado em um mês acumula-se ao longo do exercício financeiro, vedada a acumulação de um exercício financeiro para o seguinte”, completa.
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