Polícia Civil descobre ‘call centers’ do crime na Pavuna e em Caxias

Em um dos locais, um prédio de três andares na favela do Ficap, criminosos se sentam por bancos para aplicar golpes. Ao todo, 17 pessoas foram presas. Polícia Civil descobre call center do crime na Pavuna e em Caxias A polícia descobriu dois call centers do crime em funcionamento, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense e em uma comunidade da Pavuna, Zona Norte do Rio. Segundo as investigações, foram feitas obrigações para golpes como o falso empréstimo. Ao todo, 17 pessoas foram presas em um local que simulava um call center, mas foi utilizado para ação do crime organizado. Em um prédio de três andares, na favela do Ficap, Pavuna, criminosos se sentam por bancos para aplicar golpes. No caso da Pavuna, a ideia dos golpistas é que, com a proteção do tráfico de drogas, eles estariam livres de uma batida da polícia. A quadrilha ligava para as vítimas dizendo que um empréstimo foi feito no nome delas e que, para cancelar, seria preciso fazer o pagamento do valor todo. Através de um boleto, as vítimas pagavam, mas nunca mais eram procuradas pelo suposto banco. Neste áudio, os golpistas dão instruções para as vítimas para evitar golpes. “Qualquer pessoa que entre em contato com você, a senhora solicita esse código para uma pessoa, tá bom? Para a gente estar tentando evitar fraude, qualquer tipo de golpe”, diz um dos estelionatários. A polícia desarticulou o esquema que funcionava até com escala de trabalho entre os integrantes da quadrilha. Segundo as investigações, o local foi estrategicamente pensado para evitar operações policiais como o que aconteceu hoje. “Eles estão entrando nas comunidades justamente por ser uma área de difícil o da polícia, e acham que vão ficar seguros. Mas não vou ficar, não. Mas isso poderá ser incorreto em um crime maior do que estelionato e associação, de repente pode haver um crime de associação ao tráfico, que é bem mais pesado”, disse o delegado Jorge Maranhão. Treze pessoas foram presas na comunidade do Ficap e três fugiram. Outros quatro suspeitos foram presos em outro escritório da quadrilha, no bairro do Pilar, em Duque de Caxias. Entre eles, Brener Marques, que é apontado pela polícia como diretor do call center do crime, e Jonas Cordeiro, apontado como o responsável por contratar os funcionários da quadrilha. Uma moto roubada avaliada em R$ 100 mil foi apreendida, assim como todos os computadores. “Vamos tentar mesmo chegar mesmo em toda a quadrilha, tá? Em toda a quadrilha! E, futuramente, se eles continuarem tentando fazer o trabalho dentro das comunidades, nós estamos pensando em associá-los ao tráfico, porque, a partir do momento em que eles estão dentro das comunidades, eles estão dando algum dinheiro para o tráfico”, afirma ó delegado.