O prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), tomou posse nesta quarta (1º) defendendo a liberdade de expressão mesmo de opiniões mais controversas, como o apoio à ditadura ou ao comunismo e o socialismo. Para ele, parlamentares nas três esferas do Poder não podem ser processados por essas opiniões.
“Eu quero que nesta tribuna e nas 6 mil casas legislativas municipais e no Congresso Nacional que um parlamentar ou qualquer um do povo que diga 'eu defendo a ditadura', ele não pode ser processado por isso, porque isso é liberdade de expressão”, afirmou emendando que o mesmo direito deve ser garantido a quem defende o comunismo ou não acredita na democracia liberal.
O discurso gerou vaias e aplausos, o que o levou a falar sobre a sua própria trajetória política e o fazer um paralelo entre gerações. Para ele, o “preço da democracia é sua eterna vigilância”.
“Eu quero dizer que eu fui um jovem rebelde nessa cidade e até porque juventude sem rebeldia é velhice sem futuro. E lutei muito por democracia e acho que é o pior dos regimes, exceto os outros”, pontuou no discurso na Câmara Municipal.
Sebastião Melo foi eleito sob fortes críticas da oposição principalmente por conta das enchentes de maio que deixaram parte de Porto Alegre alagada por falhas nas bombas de fuga da cidade.
Ele, no entanto, rebateu as críticas e afirmou ter entre suas prioridades nesta gestão a recuperação econômica, a inovação e a melhoria da infraestrutura urbana. Obras de proteção contra cheias, cuidados com a limpeza da cidade e a retomada econômica também foram relatadas como focos principais, e que serão de “plantão” entre janeiro e fevereiro para reunir as primeiras iniciativas com o secretariado.
O prefeito reeleito também defendeu o diálogo com o governo de oposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), embora tenha sido apoiador de Jair Bolsonaro (PL). Semelhante a outros prefeitos eleitos, Melo afirmou que o momento é de governar “acima de disputas partidárias”.
“Governo com quem está lá. Governei com Bolsonaro e governo agora com o presidente Lula, o Congresso Nacional e os ministros porque a cidade está acima de disputas partidárias. Buscamos muitos financiamentos e sou muito grato a todos os ministérios que neste momento ajudaram esse processo”, ressaltou.
O prefeito também sinalizou a intenção de levar à Câmara de Vereadores a discussão sobre a privatização do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Além disso, anunciaram os titulares de 16 secretarias, incluindo as pastas de Cultura, Segurança e Mobilidade, cujos responsáveis permanecerão no cargo.
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