Tenente da PM é denunciado à Justiça por morte de empresário em São Gonçalo; 'motivo torpe', diz promotoria

Rhuan Rodrigues Pereira, de 20 anos, foi morto em agosto, após ser baleado por policiais do 7º BPM durante uma abordagem. Já a Polícia Militar alegou ter sorte um confronto. Um tenente da Polícia Militar do RJ foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público do Rio, nesta quarta-feira (18), pela morte do empresário Rhuan Rodrigues Pereira, de 20 anos, em agosto, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do RJ. A família acusou policiais do 7º BPM (São Gonçalo) pelo disparo, durante uma abordagem. Já a corporação teria sorteado um confronto. Segundo o MPRJ, o tenente Marcos Gabriel Silva Mendes, lotado no 7º BPM, agiu por motivo de torpe e pelo uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. De acordo com a investigação, o policial atirou três vezes com um fuzil contra o carro dirigido por Rhuan, que faz uma manobra de retorno na Rua Heitor Rodrigues, próxima à BR-101. Os disparos atingiram vítimas pelas costas, perfurando o fígado e o intestino, e causando sua morte no dia seguinte, após cirurgia de emergência. Rhuan Rodrigues Pereira Reprodução 'Desprezo pela vida humana' De acordo com a promotoria, o policial agiu com desprezo pela vida humana, motivado por mera suspeita de que os ocupantes do veículo poderiam ser criminosos. Os promotores salientaram ainda que os PMs do 7º BPM estavam com a viatura toda apagada, dificultando que a vítima percebesse a abordagem. Testemunhas contaram que Rhuan e seu primo Lucas, também no carro, estavam no caminho de um bar, seguidos por duas amigas em uma motocicleta, que presenciaram o ataque dos policiais. Amigos e parentes disseram que Rhuan era trabalhador e de bom caráter. O MPRJ pediu, ainda, que Marcos Gabriel seja levado a julgamento pelo Tribunal do Júri. Em nota, a defesa do tenente Marcos Gabriel Silva Mendes disse que “foi surpreendida com o vazamento da denúncia onde, aparentemente, foi transferido ao policial militar condutas que não encontram amparo nas provas que foram produzidas no curso das investigações”. Ainda segundo os advogados do oficial, “com o início do processo, onde será garantido o direito constitucional de ampla defesa e do contraditório, restará demonstrada sua inocência”. O g1 entrou em contato com a Polícia Militar. A instituição não se pronunciou sobre o caso.